terça-feira, 11 de dezembro de 2007

MINHA PRIMEIRA CALÇA JEANS AUTÊNTICA


Por Sergio Fontana

Era ali na Hipólito Ribeiro, entre Tupy Silveira e Osório (em Bagé, lógico), um dos endereços secretos onde se conseguia comprar as legítimas calças e jaquetas Lee. Elas eram trazidas “de contrabando”, de ‘Paso de Los Libres’, Argentina. O preço era exorbitante, proibitivo até. Mas quem podia, não hesitava em pagar para possuir uma ou mais peças.
A “febre” perdurou, pelo menos, durante toda a primeira metade dos anos 70, e o segredo com relação à calça, principalmente, era o processo de envelhecimento: ela ficava mais bonita à medida que desbotava.
Eu também tinha vontade de ter uma calça ou jaqueta daquelas, mas me contentava com a habilidade da minha mãe que conseguia imitar os pontos das costuras da calça Lee em modelos da marca Topeka, Calhambeque, US Top ou similares [ver “calça boca-de-sino (década de 1970)”, das postagens do blog de Setembro, 2007]. Nem sei como, nem com quem, ela conseguia a etiqueta de couro que dizia “Lee” para dar o toque final. Só que em dois ou três meses a farsa podia ser facilmente desmascarada porque a calça Lee de araque não ficava “stone washed” como as Lee de verdade e quem entendia do assunto notava a diferença.
A minha primeira Lee autêntica só apareceu quase no final da década, em 1977, mas nessa altura dos acontecimentos outras marcas famosas já “atropelavam” a dita cuja no Brasil, tais como Levi’s, Fiorucci e Ellus. Com o passar do tempo o mercado do jeans ficou tão diversificado que hoje em dia, para a maioria dos mortais, inclusive para mim, o que menos importa, dentre todas as características do produto, é a marca. Mas que não se diga esta heresia aos adolescentes.

Propaganda da calça Levi's 505

Propaganda da calça US Top

Propaganda da calça Lee

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