segunda-feira, 1 de outubro de 2007

OTTO NAU (HISTÓRIA)

 
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Por Paccelli José Maracci Zahler

Em 1970, nós começamos a estudar História Geral no 1º Ano do Curso Ginasial e o professor era o Otto Nau.
Não sei muito a respeito dele, mas, se a minha memória não me trai, ele era diácono, em experiência para saber se tinha vocação sacerdotal. Entretanto, mais para o meio do ano, conheceu uma moça, apaixonou-se e decidiu se casar.
Do pouco que me lembro, o Otto Nau era loiro, olhos verdes, e um pouco gordinho.
Coincidiu que ele começou as aulas falando das grandes navegações e das naus portuguesas. Como o sobrenome dele era ‘nau’, qualquer coisa que acontecesse, fosse uma impossibilidade de dar aulas por problema de saúde ou qualquer outro motivo, o pessoal já dizia:
- Ih, o Otto Nau naufragou!
Era gargalhada na certa.
Eu me sentava na última cadeira da segunda coluna a partir da janela.
Em outubro daquele ano, o Prof. Otto Nau estava dando sua aula sobre a Revolução Russa e circulando pela classe. Passou por mim e ficou furioso ao me ver desenhando e me disse enraivecido:
- Muito bonito, desenhando durante a aula de História! Depois, quando dezembro chegar vai me pedir pontos para passar de ano. Qual a tua média?
Eu levei um susto com a reação dele.
Para passar de ano, eram necessários 56 pontos, ou seja, média 7,0 em oito meses de aula. Estávamos em outubro, eu me sentava no fundo da classe, na ‘cozinha’ como chamávamos, o local preferido dos alunos que aprontavam em sala de aula.
Eu parei de desenhar, olhei para ele e disse:
- Eu tenho 58 pontos, professor!
Ele não acreditou e me disse:
- Então me mostra a tua caderneta escolar!
E eu mostrei. Ele ficou vermelho, fechou a cara, murmurou um ‘hum!’ , se recompôs e continuou dando aula.
Naquele dia, o Prof. Otto Nau naufragou literalmente.

Um comentário:

Antonio Netto disse...

Mathias Otto Nau !
Foi meu Clérigo Assistente no Patronato Agrícola Pres.Dutra em Taquari (RS) no ano de 1965.
Era um colégio agrícola tocado pelos padres Salesianos e ali havia alunos regulares e outros em teste para o seminário; havia também um grupo de noviços salesianos orientados pelo saudoso Padre Osório Pires nascido em Bagé.
Eu era do gupo de seminaristas mas também trabalhávamos na lavoura e na horta ! a melhor coisa era ficar por perto de Otto Nau: era um gigante ! trabalhava por 5-6 alunos! ágil e habilidoso na enxada capinava por todos no meio da lavoura de milho !!
Grande figura! Após o banho impecávelmente limpo e barbeado usava uma batina clara bem passada!!
Fazia dupla com outro gigante: Nelson Brogolowiski!
Bons tempos de 1965 em Taquari.
Por onde andam ?
Antônio Netto - oftalmologista
Bagé RS.