Por Werner Ximendes Beck
Lá pelos anos 70, numa cidade da fronteira com a Cisplatina, em um
colégio salesiano, sentava do meu lado uma menina (se não me engano o
nome era Silvia), pois acabamos ficando amigos pela convivência
forçada matinal, diária e obrigatória, bota guria “das buenas”, era
muito viajada, vejam vocês que naquela época ela já conhecia Caçapava
do Sul e Santa Maria, depois anexou-se à turma outra fronteiriça
(tenho quase certeza que o nome era Olga), esta dos costados da
Argentina, dizia que era bebê na inauguração da Ponte Internacional
(Uruguaiana – Passo de los Libres), que esteve no colo da Evita Peron,
mas que a foto tinha “queimado” e que se recorda do foguetório e do
cheiro do churrasco no ar daquele dia.
A primeira já era muito malandra, já sabia fazer caipirinha e não
entendia pq quando e gente ia até Aceguá, só comia “media luna” e
comprava caramelo “El Hogar”, ao invés de tomar cerveja, a segunda
introduziu uma prática que para nós, inocentes dos fundões da
Campanha, era desconhecida, a chamada “camuflagem alcoólica para
fotografias de cunho familiar extensiva a aglomerações de adolescentes
e menores impúberes” que consistia em adulterar o local onde as
bebidas tinham sido consumidas. Este disfarce podia ser feito de duas
maneiras, um era a retirada pura e simples das garrafas e copos da
mesa antes de bater “as chapas”, a outra era mais simples, sentar em
uma mesa próxima onde umas senhoras de fino trato tinham tomado um chá
com bolo, tirar as fotos e retornar à mesa onde estavam originalmente
Por conta disso, alguém aí vai me dizer que as duas malandras,
Silvinha e Olguinha, em comunhão de esforços, não induziram as
inocentes Laurinha, Enaurinha e Chiquinha a sair para a noite a fim de
tomar uns tragos bem fortes, comer uns torresmos com salame e queijo e
depois tirar fotos baseadas na “camuflagem uruguaianense”? Acham que
eu acredito que aquilo é só um chazinho ou café com salgadinhos, pois
tenho certeza que não é, basta olhar as fotos com mais atenção e
perceber que não tem um farelinho na mesa, no
“identificador” (pedestalzinho indicador do número da mesa) está
escrito “Miolo” e Miolo, para os que não sabem, não significa um bar
para intelectuais, é uma marca de vinho.
Contem outra, defendam-se se puderem, deve ter mais coisas ali que
não pude perceber, espero ajuda dos demais blogueiros, pois não
mostraram tudo, o certo é que não foi uma simples reunião de amigas
para tomar um “cafezinho”, acho até, mas creio que o Tiaraju e o
“cumpadre” não permitiriam, que o quinteto passou a noite numa boate e
realmente tomaram um café, mas foi já ao amanhecer só para curar a
ressaca.
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