terça-feira, 27 de novembro de 2007

SERIADO 'KUNG FU' (ABERTURA)


Fonte: YouTube.

Se não me engano, era nas noites de quarta-feira que o seriado passava na televisão.
Muitos de nós não perdia um episódio, comentado no dia seguinte na hora do recreio.

OS ALQUIMISTAS ESTÃO CHEGANDO (JORGE BEN) (19/05/1974)


Fonte: YouTube.

Nós ouvimos e curtimos muito esta música.
'Os alquimistas estão chegando', cantada por Jorge Ben (antes de se tornar Jorge Benjor), em 19/05/1974, para o Programa 'Fantástico' da Rede Globo de Televisão, coincidiu com o início dos nossos estudos de Química Geral.
Ouvindo a música, nos reportamos ao estudo da Química.

sábado, 24 de novembro de 2007

NA VITROLA


Fonte: YouTube.

Era na vitrola que escutávamos nossas músicas usando discos de vinil.
A música reproduzida aqui é 'Amazing Grace', composta pelo inglês John Newton, por volta de 1782, e executada em gaita de fole por 'Royal Scots Dragoon Guards" em 45 rpm.
A letra da música diz o seguinte:

"AMAZING GRACE"

Amazing [x4]

Amazing grace
How sweet the sound
That saved a wretch like me
I once was lost
But now am found
Was blind but now I see

Amazing grace
Shall always be my song of praise
For it was grace that brought my liberty
I'll never know
Just why Christ came to love me so
He looked beyond my faults and saw my need

Hallelujah [x4] "

(Fonte:http://letras.terra.com.br/eternal/147455)

Ou traduzido:

"* Sublime graça
1. Sublime graça que alcançou
Um pobre como eu,
Que a mim, perdido e cego achou,
Salvou e a vista deu!

2. De vãos temores e aflição
A graça me livrou
E doce alívio ao coração
Em Cristo me outorgou.

3. Se lutas vêm, perigos há,
Se é longo o caminhar,
A graça a mim conduzirá
Seguro ao santo lar.

4. A Deus, então, adorarei
Ali, no céu de luz,
E para sempre cantarei
Da graça de Jesus."

(Fonte da letra:http://rodomar.blogspot.com/2007/09/histria-de-john-newton-e-amazing-grace.html)

EDUARDO MARTINS (DADO) (2007)


Fonte da foto: Orkut.

Eduardo Martins, o Dado, reside em Porto Alegre, RS.

RIVELINO


Por Sergio Fontana

A Copa da Alemanha - a de 74, não a de 2006 – não teve o resultado que todo o Brasil esperava apesar de lá estarem presentes os maiores jogadores do futebol brasileiro da época.
Um encontro com o carrossel holandês – apelido da seleção da Holanda, que apresentou um futebol veloz e dinâmico, sustentado por excelente preparo físico, onde os jogadores trocavam de posição o tempo todo, atacavam e defendiam em bloco – tirou a nossa seleção da final, e a falta de motivação na disputa pelo terceiro lugar com a Polônia, nos empurrou para um modesto quarto lugar.
Roberto Rivelino, meia-esquerda criado no S.C. Corínthians Paulista, foi o capitão da seleção canarinho. Ele se destacava pela personalidade e chute (só de canhota) fortes, pelo futebol elegante e também pelo seu vasto bigode, digno de um bandoleiro mexicano. Era moda, no Brasil, um bigode daqueles, assim como era moda “cultivar” largas costeletas (suíças), a calça boca-de-sino, o cinto de couro um pouco mais largo, a corrente com medalhão de “Y” invertido (símbolo de paz e amor) pendurada no pescoço, o sapato – meio esquisito para homem - de plataforma, o cabelo comprido ou, dependendo da genética, estilo ‘black-power’.
No Auxiliadora daquele tempo, não se observava extravagâncias de nenhum tipo na aparência e no modo de vestir de alunos e professores; éramos ainda adolescentes, e os nossos professores eram, na sua maioria, os próprios padres ou aspirantes a padres, o que justificava as suas roupas e atitudes discretas. Assim, qualquer alteração de comportamento ou mudança de aparência – para melhor ou para pior – inventadas por um colega ou professor mais ousado era motivo para estrondosas gargalhadas e apelidos variados, até que fosse encontrado o mais apropriado para o caso.
Eu nem sei mais em que ano foi; se em 75 ou 76. Só sei que um dia ele apareceu com o bigode diferente; diferente do que costumava usar. Não chegava a parecer com o tal bandoleiro mexicano porque não tinha a cara de mau, mas se a tivesse não ia ficar devendo nada para o Fernando Sancho – bandidão dos filmes de faroeste italianos. Entramos pelo portão dos fundos, nos fardamos e iniciamos o aquecimento para a aula de Educação Física; algumas voltas no pátio, correndo a passos curtos e lentos. Depois a aula propriamente dita que era, na verdade, só futebol, atividade apreciada por todos os alunos indistintamente. O professor jogava junto e, respeitosamente, não usava força excessiva, nem disputava lances com os alunos que envolvessem o corpo-a-corpo, obviamente visando preservar a integridade física dos mesmos. Times escolhidos; jogo iniciado; correria para um lado e para o outro, aliada à gritaria dos jogadores pedindo para receber a bola. Quando o “Fulano” pegava a bola, vinham gritos de todos os lados: “Fulano, Fulano!”; bola com o “Beltrano”: “Beltrano, Beltrano!”; bola com o Professor Paulinho: “Rivelino, Rivelino!”. E ele não gritava, não falava e não passava a bola. Bola com ele de novo, e a gritaria: “Rivelino, Rivelino!”. E de novo a mesma reação. Um apito mais forte alguns minutos depois, marcou o término do jogo e, conseqüentemente, da aula de Educação Física daquele dia. Uns dias depois, outra aula e... mais futebol (?)
Uma volta no campo, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, ..., depois o barulho do apito interrompendo a corrida e anunciando o final da aula. As quatro ou cinco aulas seguintes foram ainda mais instrutivas: umas voltas no campo e ginástica bem puxada. Entendemos o recado, embora continuássemos, durante as corridas de aquecimento, a “gritar” em cochichos: “Rivelino, Rivelino!”

Post scriptum: Em um ou dois meses depois tudo voltou ao normal. O bigode cresceu e virou cavanhaque e os jogos de futebol da nossa turma perderam um craque da seleção, mas ganharam novamente a presença do nosso mestre da Educação Física, Prof. Paulo Roberto de Oliveira, o Paulinho.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

RECORDAÇÃO AMARGA


Paccelli José Maracci Zahler

Silvinho foi nosso colega por pouco tempo, o suficiente para ficar traumatizado com algumas atitudes autoritárias e repressivas durante a vigência da ‘lista negra’, onde turmas foram mescladas, grupos desfeitos, colegas obrigados a assinar ‘termos de ajustes de conduta’, colegas ‘convidados’ a trocar de colégio. Foram nossos ‘anos de chumbo’. Nenhum atraso era admitido, todavia, sempre seguidos de bilhetes para os pais.
Fui encontrado pelo Silvinho, por acaso, em um centro comercial de Brasília, há algum tempo atrás.
Achei incrível ele ter me reconhecido após tantos anos. Eu não tinha a mínima idéia de quem era aquele senhor de cabelos grisalhos e já avô.
À medida que conversávamos, dada sua insistência, fui refrescando a minha memória. Mesmo assim, estava difícil lembrar-me dele. Entretanto, tínhamos um ponto em comum, o fato de termos estudado no mesmo colégio, na mesma época.
Entre uma conversa e outra, veio à tona o período da ‘lista negra’, uma pasta classificadora de cor preta, onde tudo era anotado nominalmente: brigas, brincadeiras, piadas, atrasos, indisciplina, gentilezas, boas apresentações de trabalhos, boas provas.
De um momento para outro, Silvinho ficou com os olhos marejados e me disse que, até hoje, não havia superado um trauma sofrido naquele período.
Como ele era novo no colégio, ficara impressionado com a quantidade de apelidos dos alunos e professores. Alguns interessantes, que descreviam a personalidade das pessoas, outros jocosos e maldosos, até ofensivos, mas todos levavam na brincadeira. Isso pouco importava para os púberes e adolescentes que só pensavam em aproveitar aquela época de forma inconseqüente.
Silvinho não tinha idéia de quanto tempo ainda ficaria no colégio porque seu pai era militar e podia ser transferido a qualquer momento para outra cidade. Assim, um dia na biblioteca, teve a idéia de anotar em uma folha de caderno uma relação de apelidos para guardar de recordação:
“Relação de Apelidos do Auxiliadora:
Avelino, o feminino; Ana Banana; Zebu; Xiru; ‘Miss Pig’; Átila, o huno; Ferrugem; Fumacinha; Ernesto Honesto; Diabo; Zé Peido; Porconcelos; Silveira Carrapato nas Cadeiras; Nestor Fiofó Indolor; Alberto Fiofó Aberto; Mosquito; Erwin Fiofó Sem Fim; Cavalão; Vampiro; Dr. Jeckill; Caveira; Dado; Jacaré;Gam; Betinho; Cachorrão; Amigo da Onça; E.T.; Cachorro Louco; Touro Sentado; Venenosa...”
Quando Pedrinho sentou-se ao seu lado e viu a lista, o advertiu a tomar muito cuidado porque a ‘lista negra’ também valia para a biblioteca.
O colégio inteiro estava sob a égide da ‘lista negra’, tanto que o diretor chegava de mansinho em cada janela das salas de aula para observar o desempenho dos professores e o comportamento dos alunos.
Quando caiu em si, Silvinho disse-me ter sentido um calafrio e ter ficado em pânico.
Para piorar, o responsável pela biblioteca, um aspirante a padre, parecia onipresente, olhando, conferindo, anotando, prestando atenção em tudo.
Quando alguém precisava de um livro, entregava um pedido e ele ia até a estante pegá-lo. Antes de entregá-lo, observava o estado de conservação, verificava as páginas e, se o livro fosse devolvido com algum risco a mais, mesmo de lápis, o nome do aluno passava a integrar a ‘lista negra’.
Silvinho continuou seu relato dizendo ter ficado apavorado ao pensar na possibilidade de ser flagrado pelo bedel e expulso do colégio, pois isso iria prejudicá-lo no ingresso no próximo colégio. Então, pegou o pedaço de papel e, sem fazer barulho, picou-o e jogou-o na lixeira da biblioteca. Com tremores pelo corpo devidos ao medo, foi embora para casa planejando não aparecer na biblioteca por algumas semanas.
No dia seguinte, o colégio estava em polvorosa porque o diretor estava procurando o autor daquelas ‘indecências’ encontradas em pedaços de papel na lixeira da biblioteca.
Silvinho ficou atônito ao saber que o dedicado bedel dera-se ao trabalho de vasculhar a lixeira da biblioteca para encontrar ‘provas’ de desrespeito e indisciplina. Ele encontrara os pedaços de papel e os montara como se monta um quebra-cabeças, entregando-os ao diretor com a recomendação de recolher a caligrafia de todos os alunos para descobrir o autor das ‘indecências’ e expulsá-lo exemplarmente do colégio.
Silvinho teve crise nervosa, perdeu o sono, fez tratamento com psicólogo, contudo, para sua sorte, seu pai foi transferido antes que a coisa tomasse vulto. Trocou de colégio e respirou aliviado.
Ainda hoje, ao lembrar-se do episódio, o passado retorna e ele não consegue segurar as lágrimas.
Perguntou-me se eu sabia a razão para uma atitude tão rigorosa e repressora para uma brincadeira de criança, para uma anotação pessoal.
Eu não soube responder, porém revelei que um dia achei uma paródia interessante e a anotei em um pedaço de papel, quando estudava em um colégio de freiras.
A paródia dizia assim:
“Estava à toa no banho,
O chuveiro fechou,
Resvalei no sabão,
Caí de bunda no chão.”
A professora viu a minha anotação, me deu uma chamada na frente de toda a turma por ter escrito uma ‘indecência’ e escreveu um bilhete para os meus pais, exigindo uma corrigenda.
A vida me ensinou que existem coisas piores: roubar dos pobres, corromper-se, locupletar-se com o erário, explorar menores e desvalidos, prejudicar as pessoas para beneficiar-se.
Nossa conversa terminou e nunca mais reencontrei o Silvinho.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

EM OUTRA MANHÃ DE FORMAÇÃO


Por Paccelli José Maracci Zahler

Creio que foi nas aulas do Prof. Guido que as ‘manhãs de formação’ foram transformadas em apresentações de tema livre dos alunos, como uma forma de prepará-los para o futuro profissional, onde teriam que apresentar trabalhos técnicos.
As apresentações poderiam ser individuais ou em grupo e tínhamos à disposição epidiascópios (que ninguém mais sabe o que é) e retro-projetores (hoje substituídos pelo Power Point).
Na maioria das vezes, as minhas apresentações eram individuais porque eu precisava de momentos de concentração e inspiração para decidir sobre o tema a ser apresentado.
Eu tinha necessidade de visualizar mentalmente a ordem da apresentação e como ela seria feita, o que dificilmente seria possível trabalhando em grupo.
Minhas primeiras apresentações foram sobre biografias de grandes vultos da História, como Napoleão, Winston Churchill, Rui Barbosa, Aleijadinho.
Lembro-me da apresentação sobre o Aleijadinho, onde mostrei fotos de Congonhas do Campo, MG, no epidiascópio e uma miniatura de uma das estátuas dos profetas esculpidas pelo artista em pedra-sabão e trazida por minha família de Minas Gerais.
Eu me lembro que a audiência não estava muito interessada ao que eu estava falando e eu fiquei um pouco chateado. Era como se eu estivesse “apenas cumprindo tabela”, como se diz no futebol.
Fiquei matutando uma forma de reverter a situação e preparei uma apresentação sobre as missões espaciais Gemini e Apolo, da NASA, com apresentação de fotos da Terra vista do espaço que, na época, não eram tão comuns e eu as havia conseguido em uma publicação especial das Seleções do Reader’s Digest. Percebi que a audiência havia melhorado e suscitado perguntas.
Minha apresentação seguinte versou sobre os Objetos Voadores Não-Identificados, os OVNI’s.
Para minha felicidade, tive a atenção total da turma, que não desgrudava os olhos da tela de projeção à medida que eu ia desvendando o fenômeno.
O Prof. Guido fez algumas intervenções e houve até um pequeno debate a respeito, interrompido pela campainha anunciando o final da aula.
Eu me lembro que a apresentação gerou comentários por muito tempo. Tanto que, quando o Prof. Osni veio nos dar aulas em substituição a um professor que estava de licença médica, acabou ganhando o simpático apelido de O.S.N.I., ou seja, Objeto Salesiano Não-Identificado.

sábado, 10 de novembro de 2007

Cerro de Bagé



Vista do Cerro de Bagé, 'escalado' pelo André e por mim na época do Curso Científico.

Colaboração: Paccelli José Maracci Zahler.

Fonte da foto: Internet.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

EM UMA MANHÃ DE FORMAÇÃO


Paccelli José Maracci Zahler

Há cerca de 32 anos, tive uma discussão sobre a evolução do homem com um professor, o Padre Glicério, em uma das ‘manhãs de formação’ do Colégio N. S. Auxiliadora, em Bagé, RS, quando estava no Curso Científico (exatamente na transição, quando trocaram no nome do curso para 2º Grau).
Naquela ocasião, o Padre Glicério colocou em discussão o fato de sermos mais evoluídos que os animais.
Eu disse para o Padre Glicério que não éramos mais evoluídos porque essa era uma visão antropocêntrica. Nós havíamos criado o conceito de ‘evolução’ e nos colocamos no topo.
Metaforicamente, ‘o dono da bola é sempre o capitão do time’.
Nós temos algo a mais que os animais, o raciocínio, a capacidade de mudar o ambiente em que vivemos para sobreviver, mas isso não nos faz mais evoluídos. Isso é uma característica nossa, como a dos pássaros voar, os peixes mergulhar, e assim sucessivamente.
Não é preciso dizer que foi o maior quebra-pau. Eu estava contestando tudo aquilo que o Padre Glicério acreditava, pois, para ele, o homem havia sido criado à imagem e semelhança de Deus e era o 'senhor da natureza'.
Para mim, é um animal como qualquer outro, porém, com a característica de que falei.
Passado todo esse tempo, meu pensamento continua o mesmo porque, mesmo sabendo que sua ação tem efeitos significativos sobre o meio ambiente, o homem não muda seus hábitos e se apega cada vez mais ao dinheiro que ele mesmo inventou.
Pergunto: isso é ser superior aos demais animais ou uma característica da espécie humana?