segunda-feira, 5 de novembro de 2007
EM UMA MANHÃ DE FORMAÇÃO
Paccelli José Maracci Zahler
Há cerca de 32 anos, tive uma discussão sobre a evolução do homem com um professor, o Padre Glicério, em uma das ‘manhãs de formação’ do Colégio N. S. Auxiliadora, em Bagé, RS, quando estava no Curso Científico (exatamente na transição, quando trocaram no nome do curso para 2º Grau).
Naquela ocasião, o Padre Glicério colocou em discussão o fato de sermos mais evoluídos que os animais.
Eu disse para o Padre Glicério que não éramos mais evoluídos porque essa era uma visão antropocêntrica. Nós havíamos criado o conceito de ‘evolução’ e nos colocamos no topo.
Metaforicamente, ‘o dono da bola é sempre o capitão do time’.
Nós temos algo a mais que os animais, o raciocínio, a capacidade de mudar o ambiente em que vivemos para sobreviver, mas isso não nos faz mais evoluídos. Isso é uma característica nossa, como a dos pássaros voar, os peixes mergulhar, e assim sucessivamente.
Não é preciso dizer que foi o maior quebra-pau. Eu estava contestando tudo aquilo que o Padre Glicério acreditava, pois, para ele, o homem havia sido criado à imagem e semelhança de Deus e era o 'senhor da natureza'.
Para mim, é um animal como qualquer outro, porém, com a característica de que falei.
Passado todo esse tempo, meu pensamento continua o mesmo porque, mesmo sabendo que sua ação tem efeitos significativos sobre o meio ambiente, o homem não muda seus hábitos e se apega cada vez mais ao dinheiro que ele mesmo inventou.
Pergunto: isso é ser superior aos demais animais ou uma característica da espécie humana?
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Um comentário:
Se não me engano este Glicério iniciou suas atividades como professor antes de se tornar padre.
Certa feita ele me colocou para fora de aula e ao sair plantei uma bananeira na porta da sala.Por esta atitude fui empurrado para fora da sala, fato que gerou a indignação de alguns colegas pois na epoca eu era esquelético(pior do que o Mosquito).Nós tinhamos um colega chamado Átila que era bem mais velho que o restante da turma. Pois este tal de Átila resolveu assumir as dores pelo empurrão e passou a perseguir o Glicério, inclusive tendo lhe dado um corridão pelas ruas de Bagé e por uma das galerias da Avenida Sete.
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