quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
A VERDADEIRA HISTÓRIA DA PEDRA DA LUA
| CIDADE
por: Cláudio Falcão
[23H:09MIN] 22/12/2011 - CURIOSIDADE
A verdadeira história da Pedra da Lua
Recentemente o escritor Fabrício Carpinejar esteve em Bagé para escrever uma matéria a respeito da Pedra da Lua. Em seu texto ele afirma que o objeto é o maior patrimônio cultural da cidade.
Com toda a certeza não é, mas é uma inequívoca geradora de polêmica. Quando o patrimônio histórico de Bagé – o acervo do Museu Dom Diogo de Souza – corria risco de danos irrecuperáveis por causa do estado do prédio que o abriga, correu o boato que a pedra poderia ser vendida. Tudo por causa de um comentário, feito por brincadeira, pelo reitor da Urcamp na época, Morvan Ferrugem. Jamais ele teve a intenção de vender a pedra. E, de fato, não poderia, mas a polêmica se criou. Daí, vieram comentários suplementares questionando, até mesmo, a sua real existência. Mais polêmicas. Com efeito, como afirmou Carpinejar, a cobiça do mercado negro empurrou para as alturas o valor da pedra. Diga-se de passagem, que esse valor de muitos milhões não existia quando foi dada de presente, por Richard Nixon, para o ex-presidente Emílio Medici. E é aí que começa a história. O advogado Fernando Sérgio Lobato Dias, que dedicou 30 anos de trabalho ao Banco do Brasil e hoje advoga por amor à profissão, é quem conta. Por circunstâncias familiares ele tornou-se amigo de Medici e por diversas vezes advogou para o ex-presidente e sua família. Lá pelos idos de 1974 ou 1975, em uma visita do advogado à Estância Nova, propriedade rural do ex-presidente em Dom Pedrito, para tratar de assuntos profissionais, começou a se delinear o destino daquele pedaço de Lua. Já perto do almoço, o trabalho foi interrompido e substituído pelo mate. Na varanda da estância travou-se o seguinte diálogo:
Diálogo
******
-Tu já viste a minha sala de lembranças? Perguntou Medici ao advogado.
Ante a negativa de Lobato Dias a sala lhe foi mostrada por Dona Scylla, esposa de Medici. Ao retornar à varanda, outra pergunta:
-O quê tu escolheste?
Lobato Dias rebateu com uma proposta inesperada.
-Tenho um pedido para lhe fazer.
-Faça! Respondeu o ex-presidente.
-Quero a Pedra da Lua!
Doação
******
Surpreso, Medici perguntou o que o advogado pretendia. Lobato Dias sugeriu que a pedra fosse dada ao Museu Dom Diogo de Souza que estava sob os cuidados de seu criador, Tarcísio Taborda. Maravilha. Medici gostava muito de Taborda. Haviam sido vizinhos e o pequeno Tarcísio pedia voltinhas no cavalo do então capitão de cavalaria. Tinham um passado de boas lembranças. Lobato Dias queria que a doação fosse feita em ato formal. Medici se opôs e, para, solucionar a questão, o advogado levou Tarcísio à estância onde lhe foi entregue o fragmento lunar. Após as despedidas, Lobato Dias e Tarcísio retornaram a Bagé com o presente embrulhado em papel, sem escolta policial nem aparato de segurança. Não era necessário. A partir daquele momento um pedacinho da Lua fincava raízes em Bagé, a mesma Lua que Sepé Tiaraju tinha simbolizada em si mesmo. Lobato Dias esclarece que, na verdade, Nixon deu duas pedras da Lua. Uma para o povo brasileiro, que foi doada pelo então presidente Medici ao Museu Nacional (RJ). A outra foi um presente pessoal ao presidente e é justamente esta, que foi doada ao museu de Bagé. O objeto hoje é raro e deve se tornar motivo de visitação mais frequente. Não tanto pelo seu tamanho ou aparência, mas pela história que representa. Lobato Dias lançou uma flecha certeira ao escolher a pedra naquela sala. Com suas palavras, sugeriu a doação. Seu senso de oportunidade foi bem aproveitado. “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida" (Provérbio Chinês).
Fonte: Jornal MINUANO, Bagé, RS, edição de 22.dez.2011.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
UMA PARTIDA DE FUTEBOL NO CAMPO DO AUXILIADORA (1971)
Por Sérgio Moacir Fontana
1971. Os jogos de futebol da turma B, do 2o ano do ginásio, eram organizados pelo Eduardo Martins, o Dado. O campo de areia do Auxiliadora era o palco onde alunos de todas as turmas se divertiam, correndo atrás da bola aos sábados ou nas manhãs de domingo.
Pois eram 3 da tarde de um sábado ensolarado, com temperatura amena, já de primavera. Nossa partida de futebol estava marcada para aquele horário, mas os adversários não apareceram, frustrando a expectativa da maioria, mas - cá pra nós - me deixando aliviado por não ter que enfrentar os marmanjos do 3o ano. Isto não quer dizer que nós ficamos sem jogar, mas por mais que eu tente, não consigo lembrar quem teve a idéia de convidar os caras de um time que tinha disputado a partida das 2 (duas) da tarde, para serem nossos adversários.
Já dispersos e cansados, os guris de uma turma do 1o ano, de pronto, não aceitaram o convite. Depois, resolveram se juntar a alguns dos remanescentes do outro time que recém os tinha enfrentado, e toparam o desafio. Cá pra nós, de novo – comparei o meu tamanho com o dos novos adversários e me senti bem melhor.
O jogo que começou difícil, com placar adverso de 0 x 1 antes dos 10 minutos iniciais, não por muito tempo permaneceu assim. O empate veio em seguida, amenizando o entusiasmo da gurizada do 1o ano, mais nova e ainda menos desenvolvida fisicamente e que já começava a cansar por causa do esforço já empenhado na partida anterior. Acredito que no final do primeiro tempo o placar já era 5 x 1, em nosso favor.
Já no início do período final, mais gols foram acontecendo, à medida que mais cansavam os adversários. Dois deles, extenuados, desistiram do jogo, deixando sua equipe com 9 jogadores.
Ficou mais fácil ainda, mas nosso valente adversário não desistiu nem mesmo quando o resultado, que lhes era muito desfavorável, ultrapassou a casa dos 20, chegando a 22 x 1. Àquela altura, todos os jogadores do nosso time já tinham feito gols, menos o goleiro e eu. Então houve um pênalti, e alguém pensou em chamar o César, nosso goleiro, para bater. Ele se deslocou lá da nossa área, colocou a bola na marca indicada pelo juiz, cobrou, e fez 23 x 1.
Quando acontecia um pênalti, os jogadores dos dois times se aglomeravam ao longo da projeção das duas traves, formando um “corredor polonês” em torno de quem ia chutar e de quem ia tentar defender a cobrança, e ficavam gritando: uns torcendo pela grande possibilidade de sair o gol; outros incentivando uma provável defesa do goleiro.
E ainda teve outro pênalti. Então o Dado perguntou:
- Tem alguém do nosso time que ainda não fez gol?
Em uníssono, quatro, cinco ou mais, responderam:
- O Mosquito.
Estava ali a minha chance. Eu me senti preparado para enfrentar o desafio e, no íntimo, já sabia como ia chutar aquela bola: forte, no canto esquerdo do goleiro.
O “corredor polonês” se formou. Então eu ajeitei a bola, tomei distância, corri e chutei... o vazio, porque o Dado - arrancando risadas de todos, somadas ao meu sorriso sem graça - puxou a bola com o pé, evitando o meu, quiçá, potente chute.
Preparei-me de novo, e desta vez não teria erro. O plano era o mesmo: chute forte, no canto esquerdo do goleiro. Corri, chutei e não acertei em nada, porque Dado, o malvado, repetiu o ato anterior.
Assim mesmo, não perdi a vontade de fazer o meu gol. O juiz, que nem teve a sensatez de advertir o transgressor, colocou, de novo, a bola na marca do pênalti. Corri e, pela terceira vez, já vermelho, refletindo a cor da nossa camisa, chutei o ar.
Quarta tentativa. Nem o árbitro conseguia parar de rir.
Imaginando que Dado, o maligno, ia repetir o que tinha feito nas três vezes anteriores, ameacei chutar forte e, na hora H, diminuí bastante a força, para ninguém pensar que eu iria cair, de novo, na “armadilha”. Pois Dado, o perspicaz, resolveu deixar a bola no lugar que estava, e eu, sem acreditar que acertaria a bola, chutei tão fraco que o goleiro adversário nem precisou se mexer para defender a penalidade. As gargalhadas de todos me deixaram muito envergonhado.
Teve mais um gol, e o placar final foi 24 x 1. Eu não fiz nenhum [gol] e fiquei com um trauma que foi curado de per si somente uns três anos depois, quando, também num jogo em um sábado à tarde, fiz um lançamento para um companheiro e errei na dose. Sem querer, acabei marcando o meu primeiro gol no “campo” do Auxiliadora.
1971. Os jogos de futebol da turma B, do 2o ano do ginásio, eram organizados pelo Eduardo Martins, o Dado. O campo de areia do Auxiliadora era o palco onde alunos de todas as turmas se divertiam, correndo atrás da bola aos sábados ou nas manhãs de domingo.
Pois eram 3 da tarde de um sábado ensolarado, com temperatura amena, já de primavera. Nossa partida de futebol estava marcada para aquele horário, mas os adversários não apareceram, frustrando a expectativa da maioria, mas - cá pra nós - me deixando aliviado por não ter que enfrentar os marmanjos do 3o ano. Isto não quer dizer que nós ficamos sem jogar, mas por mais que eu tente, não consigo lembrar quem teve a idéia de convidar os caras de um time que tinha disputado a partida das 2 (duas) da tarde, para serem nossos adversários.
Já dispersos e cansados, os guris de uma turma do 1o ano, de pronto, não aceitaram o convite. Depois, resolveram se juntar a alguns dos remanescentes do outro time que recém os tinha enfrentado, e toparam o desafio. Cá pra nós, de novo – comparei o meu tamanho com o dos novos adversários e me senti bem melhor.
O jogo que começou difícil, com placar adverso de 0 x 1 antes dos 10 minutos iniciais, não por muito tempo permaneceu assim. O empate veio em seguida, amenizando o entusiasmo da gurizada do 1o ano, mais nova e ainda menos desenvolvida fisicamente e que já começava a cansar por causa do esforço já empenhado na partida anterior. Acredito que no final do primeiro tempo o placar já era 5 x 1, em nosso favor.
Já no início do período final, mais gols foram acontecendo, à medida que mais cansavam os adversários. Dois deles, extenuados, desistiram do jogo, deixando sua equipe com 9 jogadores.
Ficou mais fácil ainda, mas nosso valente adversário não desistiu nem mesmo quando o resultado, que lhes era muito desfavorável, ultrapassou a casa dos 20, chegando a 22 x 1. Àquela altura, todos os jogadores do nosso time já tinham feito gols, menos o goleiro e eu. Então houve um pênalti, e alguém pensou em chamar o César, nosso goleiro, para bater. Ele se deslocou lá da nossa área, colocou a bola na marca indicada pelo juiz, cobrou, e fez 23 x 1.
Quando acontecia um pênalti, os jogadores dos dois times se aglomeravam ao longo da projeção das duas traves, formando um “corredor polonês” em torno de quem ia chutar e de quem ia tentar defender a cobrança, e ficavam gritando: uns torcendo pela grande possibilidade de sair o gol; outros incentivando uma provável defesa do goleiro.
E ainda teve outro pênalti. Então o Dado perguntou:
- Tem alguém do nosso time que ainda não fez gol?
Em uníssono, quatro, cinco ou mais, responderam:
- O Mosquito.
Estava ali a minha chance. Eu me senti preparado para enfrentar o desafio e, no íntimo, já sabia como ia chutar aquela bola: forte, no canto esquerdo do goleiro.
O “corredor polonês” se formou. Então eu ajeitei a bola, tomei distância, corri e chutei... o vazio, porque o Dado - arrancando risadas de todos, somadas ao meu sorriso sem graça - puxou a bola com o pé, evitando o meu, quiçá, potente chute.
Preparei-me de novo, e desta vez não teria erro. O plano era o mesmo: chute forte, no canto esquerdo do goleiro. Corri, chutei e não acertei em nada, porque Dado, o malvado, repetiu o ato anterior.
Assim mesmo, não perdi a vontade de fazer o meu gol. O juiz, que nem teve a sensatez de advertir o transgressor, colocou, de novo, a bola na marca do pênalti. Corri e, pela terceira vez, já vermelho, refletindo a cor da nossa camisa, chutei o ar.
Quarta tentativa. Nem o árbitro conseguia parar de rir.
Imaginando que Dado, o maligno, ia repetir o que tinha feito nas três vezes anteriores, ameacei chutar forte e, na hora H, diminuí bastante a força, para ninguém pensar que eu iria cair, de novo, na “armadilha”. Pois Dado, o perspicaz, resolveu deixar a bola no lugar que estava, e eu, sem acreditar que acertaria a bola, chutei tão fraco que o goleiro adversário nem precisou se mexer para defender a penalidade. As gargalhadas de todos me deixaram muito envergonhado.
Teve mais um gol, e o placar final foi 24 x 1. Eu não fiz nenhum [gol] e fiquei com um trauma que foi curado de per si somente uns três anos depois, quando, também num jogo em um sábado à tarde, fiz um lançamento para um companheiro e errei na dose. Sem querer, acabei marcando o meu primeiro gol no “campo” do Auxiliadora.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
JÁDER D ÁVILA NO PROGRAMA DO JÔ (08.set.2010)
Jader D'Avila é conhecido como o Tio do Pijama, em SP.
Fonte: YouTube.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
CHICO XAVIER (entrevista PINGA-FOGO, 1971)
"Nas noites de 28 de julho e 21 de dezembro de 1971, a TV Tupi Canal 4 de São Paulo apresentou, em seu programa jornalístico Pinga-Fogo, o médium espírita Chico Xavier, respondendo perguntas dos jornalistas Saulo Gomes, Reali Jr., Helle Alves, Herculano Pires, Freitas Nobre, Vicente Leporace e Durval Monteiro; do intelectual católico João Scantimburgo e o cientista Dr. Hernani Guimarães. Nestes programas que apresentaram aos brasileiros o que era realmente o Espiritismo, Chico Xavier deixou ensinamentos para milhões de pessoas de todas as classes sociais e culturais, sobre o porquê da vida, quem somos nós, para onde vamos após a morte do corpo físico, entre outros temas."
Fonte: YouTube.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
A PAZ ESQUECIDA
| CIDADE
por: Melissa Louçan
[22H:54MIN] 20/09/2011 - SEMANA FARROUPILHA
A paz esquecida
Como o acordo que selou a paz para os gaúchos ainda fica à sombra da guerra
Naquele 1º de março de 1845, as verdejantes coxilhas, chamadas de Ponche Verde, que antes já haviam se tingido de rubro pelo sangue derramado na revolução que varria o Rio Grande do Sul há quase10 anos, agora testemunhavam algo que há alguns anos antes seria impensável: um tratado de paz.
Há alguns meses em estado de armistício total, os soldados farrapos, exaustos e famintos, aceitaram por unanimidade as 12 cláusulas do tratado de pacificação, lidas em 25 de fevereiro por Antônio Vicente da Fontoura. O acordo, anteriormente assinado pelo Barão de Caxias representando o Império, foi aceito pelo então comandante em chefe do exército republicano, Davi Canabarro, também incumbido de representar a República, estando Bento Gonçalves afastado pelos problemas de saúde que o levariam à morte alguns anos mais tarde.
O tratado, mais tarde chamado de Paz de Ponche Verde, previa, entre outras coisas, o perdão a todos os soldados republicanos, a soltura dos prisioneiros farrapos que estavam em posse do Império e a dispensa do recrutamento dos republicanos para o exército imperial. Porém, não previa a libertação dos negros que lutaram ao lado dos farroupilhas em troca de liberdade, pois o Império temia um levante dos escravos do resto do país.
Atualmente, a área onde foi assinado o tratado pertence à região de Dom Pedrito. A cidade, que ficou conhecida como Capital da Paz em razão deste episódio erigiu um monumento marcando o local onde o acordo foi selado. O Obelisco da Paz fica a 45 quilômetros do centro da cidade, e hoje é conhecido como um atrativo turístico.
A assessora de Tradição, Folclore e Turismo de Dom Pedrito, Gladis Marly Xavier, conta que de 23 de fevereiro a 1º de março, é comemorada na cidade a Semana da Paz, que relembra a data da assinatura do histórico acordo. Ela comenta a importância da data para a cidade. “A Paz do Ponche Verde foi um marco depois de um período muito longo de lutas que esgotaram a todos”, afirma.
Apesar da importância da data, ela também afirma que a comemoração do dia 20 de Setembro acaba por nublar as comemorações da Semana da Paz. Conforme afirma, apenas em Dom Pedrito esta data é reconhecida e lembrada com festividades, mesmo que, timidamente. “Acredito que esta data deve ser comemorada com mais intensidade do que a Semana Farroupilha, pois ela celebra a paz, e não a guerra. Mas para isso, dependemos, entre outras coisas, das escolas, para que todos tenham conhecimento desta página da história, que embora esquecida, deveria ser orgulho para todos”, explica.
Já o pesquisador e curador do Museu Paulo Firpo, Adilson Nunes, afirma que a Revolução Farroupilha já faz parte da tradição rio-grandense, portanto, é natural que seja lembrada com exaltação. “Não podemos esquecer que a Guerra dos Farrapos já está incorporada na identidade regional do gaúcho, pois tinha como ideal a defesa da liberdade, da nossa terra, coisas que ainda hoje prezamos e valorizamos”, explica ele.
Fonte: Jornal MINUANO, Bagé, RS, edição de 20.set.2011 (www.jornalminuano.com.br)
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
A BATALHA DO SEIVAL
| ÚLTIMAS NOTÍCIAS
por: Cláudio Falcão
[20H:23MIN] 19/09/2011 - ESPECIAL
A Batalha do Seival
Cenário da proclamação republicana
É unanimidade histórica o acontecimento de fatos decisivos da Revolução Farroupilha em terras de Bagé. Alguns admiradores das façanhas farrapas, na tentativa de verem esclarecidas todas as dúvidas a respeito desses fatos, levantam questionamentos que, por vezes, consolidam a realidade do maior conflito rio-grandense. A localização exata do local onde se deu a Batalha do Seival tem sido alvo constante dessas dúvidas. A bibliografia não dá margem a interpretações equivocadas. O palco da luta foi no chamado "Campo dos Meneses", hoje localizado no município de Candiota, às margens do Arroio Seival. O sítio histórico é assinalado pela presença de um arco alusivo, construído na beira de rodovia BR 293. O pesquisador aposentado da Embrapa, engenheiro agrônomo José Otávio Netto Gonçalves, é categórico em afirmar que naquele lugar se deu, realmente, o importante combate em que, logo após seu final, foi proclamada a República Rio-Grandense. O general Netto, autor da proclamação é ascendente direto de Gonçalves, que faz parte do Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda. Farto material histórico foi encontrado nas margens do Arroio Seival, comenta Gonçalves. Essas peças, como estribos, pontas de lanças, fragmentos de lâminas de espadas ou sabres, esporas, freios, entre vários outros, foram doadas pelos proprietários rurais daqueles campos ao Museu Dom Diogo de Souza, na época ainda sob a curadoria de Tarcísio Taborda.
O combate
*********
O coronel legalista João da Silva Tavares, que tinha se refugiado no Uruguai, após ter sofrido reveses em escaramuças isoladas, voltou à Província em setembro de 1836, no comando de uma força com mais de 500 homens, a maior parte recrutada entre rio-grandenses que viviam por lá. Bem armado e confiante, Tavares provocou os farroupilhas, ao passar pela região de Bagé, território guarnecido pela tropa do coronel Antônio de Souza Netto, formada por pouco mais de 400 soldados, muitos deles uruguaios. No dia 10 de setembro, os inimigos se encontraram nas margens do Arroio Seival. Apesar da inferioridade numérica, os rebeldes atacaram com espadas e lanças e destroçaram a força legalista. O coronel Tavares teve uma perna ferida, mas o pior aconteceu com seus soldados: 180 mortos, 60 feridos e 116 presos. As perdas farroupilhas foram mínimas.
Existem registros de que o cavalo de Tavares teria disparado, por ter o freio arrebentado. A corrida teria sido interpretada com fuga entre seus subordinados, o que causou confusão na refrega. Os homens de Netto aproveitaram o momento a seu favor, redobrando o ímpeto das cargas. Apesar da experiência e da valentia, Silva Tavares poucas vezes venceu um combate, embora sempre pronto para a luta. Derrotado, levou o que sobrou da tropa para a região do Rio Camaquã. A batalha do Seival proporcionou aos rebeldes um dos maiores feitos de toda a Guerra dos Farrapos. Essa façanha de Antônio de Souza Netto foi cantada em versos populares:
"No dia 10 de setembro
Lá nos campos do Seival
Foi derrotada a soberba
Dos barbudos do Erval
O dia 10 de setembro
Foi um dia soberano
Em que no Seival soou
O grito republicano".
Fonte: Jornal MINUANO, edição de 19.set.2011 (www.jornalminuano.com.br)
por: Cláudio Falcão
[20H:23MIN] 19/09/2011 - ESPECIAL
A Batalha do Seival
Cenário da proclamação republicana
É unanimidade histórica o acontecimento de fatos decisivos da Revolução Farroupilha em terras de Bagé. Alguns admiradores das façanhas farrapas, na tentativa de verem esclarecidas todas as dúvidas a respeito desses fatos, levantam questionamentos que, por vezes, consolidam a realidade do maior conflito rio-grandense. A localização exata do local onde se deu a Batalha do Seival tem sido alvo constante dessas dúvidas. A bibliografia não dá margem a interpretações equivocadas. O palco da luta foi no chamado "Campo dos Meneses", hoje localizado no município de Candiota, às margens do Arroio Seival. O sítio histórico é assinalado pela presença de um arco alusivo, construído na beira de rodovia BR 293. O pesquisador aposentado da Embrapa, engenheiro agrônomo José Otávio Netto Gonçalves, é categórico em afirmar que naquele lugar se deu, realmente, o importante combate em que, logo após seu final, foi proclamada a República Rio-Grandense. O general Netto, autor da proclamação é ascendente direto de Gonçalves, que faz parte do Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda. Farto material histórico foi encontrado nas margens do Arroio Seival, comenta Gonçalves. Essas peças, como estribos, pontas de lanças, fragmentos de lâminas de espadas ou sabres, esporas, freios, entre vários outros, foram doadas pelos proprietários rurais daqueles campos ao Museu Dom Diogo de Souza, na época ainda sob a curadoria de Tarcísio Taborda.
O combate
*********
O coronel legalista João da Silva Tavares, que tinha se refugiado no Uruguai, após ter sofrido reveses em escaramuças isoladas, voltou à Província em setembro de 1836, no comando de uma força com mais de 500 homens, a maior parte recrutada entre rio-grandenses que viviam por lá. Bem armado e confiante, Tavares provocou os farroupilhas, ao passar pela região de Bagé, território guarnecido pela tropa do coronel Antônio de Souza Netto, formada por pouco mais de 400 soldados, muitos deles uruguaios. No dia 10 de setembro, os inimigos se encontraram nas margens do Arroio Seival. Apesar da inferioridade numérica, os rebeldes atacaram com espadas e lanças e destroçaram a força legalista. O coronel Tavares teve uma perna ferida, mas o pior aconteceu com seus soldados: 180 mortos, 60 feridos e 116 presos. As perdas farroupilhas foram mínimas.
Existem registros de que o cavalo de Tavares teria disparado, por ter o freio arrebentado. A corrida teria sido interpretada com fuga entre seus subordinados, o que causou confusão na refrega. Os homens de Netto aproveitaram o momento a seu favor, redobrando o ímpeto das cargas. Apesar da experiência e da valentia, Silva Tavares poucas vezes venceu um combate, embora sempre pronto para a luta. Derrotado, levou o que sobrou da tropa para a região do Rio Camaquã. A batalha do Seival proporcionou aos rebeldes um dos maiores feitos de toda a Guerra dos Farrapos. Essa façanha de Antônio de Souza Netto foi cantada em versos populares:
"No dia 10 de setembro
Lá nos campos do Seival
Foi derrotada a soberba
Dos barbudos do Erval
O dia 10 de setembro
Foi um dia soberano
Em que no Seival soou
O grito republicano".
Fonte: Jornal MINUANO, edição de 19.set.2011 (www.jornalminuano.com.br)
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
150 ANOS DA AURORA DE BAGÉ, RS
| CIDADE
por: Marcelo Fialho
[21H:19MIN] 09/09/2011 - HISTÓRIA
Os 150 anos do primeiro jornal de Bagé
Em 10 de setembro de 1861, circulava a edição número um do jornal Aurora de Bagé, o primeiro periódico do município, impresso na tipografia de mesmo nome por seu proprietário, Isidoro Paulo de Oliveira.
O nome do fundador do veículo seria mais tarde dado à hemeroteca do Museu Dom Diogo de Souza - sala de jornais antigos, onde se encontra, inclusive, o volume encadernado com as edições do Aurora de números 1 a 145 - esta, publicada em outubro de 1862. A doação, conforme o termo de registro, foi feita em 1987 por Iveta de Oliveira Wiedemann, viúva do desembargador bajeense Ney da Silva Wiedemann . A coleção pertencera ao avô de Wiedemann, Propício Felipe de Azambuja e Silva, tabelião em Bagé, e foi alvo de várias propostas de compra, todas recusadas.
Anunciando-se na capa como "folha política, comercial, literária e noticiosa", o Aurora circulava três dias por semana e oferecia assinatura anual por 18 mil réis. A manifestação próxima a um editorial ocupava a capa e muitas vezes um trecho generoso da segunda página e aproximava-se do enfoque literário comum aos primeiros jornais do país, onde os articulistas eram também poetas e ensaístas. Se em um dia o jornal era aberto com poemas, não era raro que, no seguinte, ele se ocupasse da política - seja com o resumo da sessão passada da Câmara Municipal, seja com Oliveira lançando seu olhar opinativo sobre fatos da administração pública. Ao questionar atitudes das autoridades se proclamava como "propagador dos interesses locais". Em apenas três meses de existência, essa atitude idealista valeu ao dono do Aurora uma acusação de injúria, e, mais tarde, sua prisão, deixando o veículo nas mãos da redação, até que, finalmente, veio a fechar as portas. Antes do confinamento, Oliveira reagia textualmente a cada acusação, classificando como "inimigo" ao juiz municipal que lhe citou para a audiência, além de mencionar um suposto "conciliábulo" de um abaixo-assinado contrário ao jornal e definir o que sofria como "perseguição", que seria ostensiva ao Colégio São Sebastião, onde era diretor junto com José Manuel Gularte.
Após cumprir pena, Oliveira lançaria "O Bageense", segundo jornal da história de Bagé e que circulou até sua morte, em 1866, como voluntário na Guerra do Paraguai. A tipografia Aurora ficava na rua do Comércio (atual Barão do Amazonas, esquina com João Manoel).
Antes da atividade pioneira em Bagé, Oliveira havia lançado jornais em Rio Grande e em Pelotas. Nesta última, segundo relata o jornalista Francisco Rüdiger em seu livro Tendências do Jornalismo: "fundou e dirigiu vários jornais, que colocou a serviço das mais diversas facções políticas. Em 1860, foi processado e preso por crime de imprensa".
Os exemplares do jornal sesquicentenário disponíveis no Museu Dom Diogo podem ser lidos, desde que obedecidos os indispensáveis cuidados à preservação do material - utilização de luvas e máscara, conforme orienta uma das gestoras do espaço, Cármen Barros. A leitura do caderno permite, inclusive, um regresso no tempo a uma Bagé onde o aluguel de escravos era atividade regular, décadas antes da Lei Áurea, conforme se observa nos classificados que anunciam o perfil desejado para aquisição dos serviçais domésticos, além de avisos de fuga.
Fonte: Jornal MINUANO, edição de 09.set.2011.
PEQUENA CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DE BAGÉ, RS (1683-1860)
1683 - Durante o domínio espanhol, os missionários jesuítas vindos de Buenos Aires fundam a Redução de São André dos Guenoas, na região onde hoje se localiza o município de Bagé.
1752 - Após a assinatura do Tratado de Madrid, em 1750, a comissão mista hispano portuguesa inicia o trabalho para demarcar a nova fronteira de Castilhos Grande (próximo o Forte de Santa Teresa) até as cabeceiras do Rio Negro, em Santa Tecla, próximo a atual cidade de Bagé
773 - Em 12 de fevereiro de 1761 é anulado o Tratado de Madrid e todas as convenções decorrentes do mesmo. O governador de Buenos Aires, D. João José Vertiz y Salcedo, em 1773, tenta retomar a ofensiva castelhana para expulsar os portugueses da Província de São Pedro do Sul. Assim, marcha até os Cerros de Bagé e manda construir o Forte de Santa Tecla para servir de marco definitivo da posse dos espanhóis naquelas terras, sob seu poder, já dez anos antes.
1776 - O assédio ao forte, pelos portugueses, tem início no dia 28 de fevereiro e durou até 24 de março de 1776, quando o comandante da fortaleza, D. Ramires, propõe a rendição mediante condições que sugere ao Comandante português, Sargento-mor Rafael Pinto Bandeira. Vencido o Forte de Santa Tecla, com a retirada dos espanhóis, Rafael Pinto Bandeira determina que o forte seja arrasado e queimado, pois não tem condições de mantê-lo com seus soldados.
1801 - Para que não houvesse possibilidades de os espanhóis voltarem a ocupar esta região, o governo português passa a fazer doações de sesmarias para fazenda de criação de gado, o que representa a conquista econômica e ao mesmo tempo resguarda as fronteiras do sul do país.
1809 - Em 9 de outubro de 1809, o Marechal de Campo D. Diogo de Souza toma posse, em Porto Alegre, da Capitania Geral de São Pedro. A missão atribuída a Don Diogo era essencialmente militar. Ele deveria intervir na Região do Prata para combater os movimentos revolucionários que havia em Buenos Aires e na região da atual Montevidéo.
1811 irrompe no interior do Uruguai um movimento generalizado e espontâneo, chefiado por Artigas, contraos espanhóis Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, consegue de seu esposo a ordem para que as forças Luso-brasileiras, concentradas ao longo das fronteiras do Rio Grande do Sul, penetrem em terras castelhanas para cooperar com os exércitos monarquistas espanhóis sitiados em Montevidéo.
Foi assim que Don Diogo de Souza inicia sua campanha à frente do denominado “Exército Pacificador da Banda Oriental”, acampando por um tempo relativamente longo aos pés dos Cerros de Bagé. O exército comandado por ele tinha três mil homens, uma parte pertencente à força que transmigrara para o Brasil, outra, os Dragões e uma terceira, o Regimento de Cavalaria Ligeira Sul Rio-grandense.
17 de julho de 1811 – Data oficial da fundação de Bagé, estabelecida pelo historiador Tarcisio Antonio da Costa Taborda.
O exército Luso-brasileiro deixa o acampamento, em direção a Cerro Largo, levando dez mil cavalos e dois mil bois. Ultrapassa o rio Jaguarão-Chico, acampa no passo de Aceguá e daí vai para a Fortaleza de Santa Teresa. Ao ir embora, o exército enfrenta uma série de dificuldades;era inverno, muita chuva, osrios estavam cheios e não davam passagem para as carretas carregadas. Foi então que Dom Diogo resolve deixar em Bagé parte dos soldados, comerciantes, e mulheres que haviam acompanhado o exército, alguns doentes, cirurgiões e mantimentos. Ao partir, Dom Diogo, nomeia Pedro Fagundes de Oliveira comandante do Acampamento de Bagé. Começa então a surgir um novo vilarejo, que oferecia melhores recursos de água, lenha e proteção natural do que o aldeamento que já havia junto à antiga Guarda de São Sebastião.
1813 – As providências para transferir a capela da antiga aldeia começam a ser providenciadas: aprovação pelo Bispo do Rio de Janeiro em 18 de maio de 1812, enquanto adaptações do antigo rancho que servira como residência do Cel. Eloy Portelli. Em 20 de janeiro no ano seguinte, concorrida procissão translada a venerável imagem, da Guarda de São Sebastião para a nova povoação. O primeiro sacerdote que é trazido para dar assistência espiritual aos moradores de Bagé é o Padre José Loureiro.
1815 – Inicia-se a construção de uma nova igreja, no local onde hoje esta edificada a Matriz de São Sebastião, que foi dada como pronta em 1820, para onde foi novamente transferida a imagem de São Sebastião
1821 – Um dos primeiros atos de Don Pedro I, como Príncipe Regente do Brasil foi anexar as terras da Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar Província Cisplatina. Juan Lavalleja, caudilho cisplatino inicia uma revolta e declara, que a Província deva pertencer à “República das Províncias Unidas do Prata”. Essa atitude feriu os brios de Don Pedro I e imediatamente o Brasil declara guerra à Argentina.
827 – Em 1826, em meio à luta, inicia Alvear, Ministro da Guerra de Buenos Aires, a sua ofensiva, seguindo o Rio Negro até Bagé. Em janeiro de 1827, tenta Alvear impedir a passagem do Marques de Barbacena (Comandante do Exército do Sul) além de Santa Tecla. Ao entrar em Bagé, parte do Exército Republicano, chefiados por Lavalleja, deixa um rastro de destruição, e a capela de São Sebastião não foi poupada. Tendo sido “rasgados os livros de registro, depredado o templo e levadas às alfaias”.
1828 - Até o ano de 1828 o Exército do Sul estava em vantagem, porém, a Inglaterra resolve intervir a favor dos Cisplatinos: pois havia interesses econômicos nesta região. Devido à intervenção da Inglaterra, o Brasil tem de assinar um acordo de paz, desvincula a Cisplatina do Brasil e surge então a República Oriental do Uruguai.
832 – Na província de São Pedro as idéias liberais alastram-se, atingindo diversos segmentos da sociedade. Por isso, em 1832, o tenente Luis José Alpoin funda o partido Farroupilha, em Porto Alegre. É a semente da Revolução Farroupilha.
1835 - A elite rio-grandense considera-se muito importante, por ser uma elite fronteiriça, com uma atuação militar permanente.Esse pensamento era respaldado pela tradição, vinda através das gerações. Entretanto esta elite sentia-se derrotada. Pois havia perdido a Guerra Cisplatina. Eles responsabilizavam o centralismo do governo brasileiro, como causador da ruína da Província.
1836 –“ Bagé na época era um vilarejo de pouco mais de uma centena de casinholas e ranchos, em torno da capela de São Sebastião.”
As terras que constituem o atual município de Bagé são, em 1836, palco de marchas de exércitos legais e rebeldes. Iniciados os movimentos militares, Bento Gonçalves dirigiu-se para a região de Bagé e no Arroio Piraí Grande concentra cerca de 1800 homens e, em fevereiro de 1836, manda intimar o Presidente Araújo Ribeiro a abandonar a República.
Em setembro de 1836, o Coronel João da Silva Tavares, um dos poucos, senão o único Comandante da Guarda Nacional que permanece fiel ao Império, marcha com 380 homens e acampa em Seival. Recebe então a notícia que o Coronel Antônio de Souza Netto, chefe farroupilha, está próximo, no Passo do Lageado com cerca de 400 homens. Entram em combate e Antonio de Souza Netto fica vitorioso. Após o entrave no Seival, a força comandada por Souza Neto vem para o Passo das Pedras, sobre a margem esquerda do Arroio Jaguarão, a 35 quilômetros de Bagé.
“Em 10 de setembro de 1836, Souza Netto é aclamado General em Chefe do Exército da República Rio-grandense, e, em campo de batalha sustenta a bandeira tricolor da República com honra e glória durante a ausência de Bento Gonçalves. Nesta batalha travada em terras de Bagé nasce o espírito rio-grandense, que adota como insígnia oficial do RGS o Pavilhão Tricolor da República Rio-grandense de 1836”
1841 - As ocorrências da guerra fazem com que em 9 de janeiro de 1839 aconteçam mudanças da capital de Piratini para Caçapava e Alegrete. Fica ambulante. Volta para Piratini e depois, nos primeiros dias de agosto de 1841, a Capital fica em Bagé, onde Domingos José de Almeida, Ministro da Fazenda, toma providências para reorganizar o que se havia extraviado nas andanças; instala uma tipografia, encomenda uma impressora e óleo de linhaça para tintas dos “prelos”; com a finalidade de que o órgão de informação da República volte a circular, o que ocorre em 15 de dezembro de 1841.
1844 - Em novembro de 1842 assume a presidência e o comando das armas, Luiz Alves de Lima e Silva, o então Barão de Caxias. No mês seguinte corre boato de uma conspiração dos deputados contra o presidente da República. Em agosto de 1843, Bento Gonçalves renuncia à presidência passando o cargo a José Gomes Jardim e o cargo no exército a David Canabarro. A partir de 1844, os republicanos percebem que a vitória final era impossível e iniciam-se as conversações de paz. A última reunião que precedeu a paz tem início em Bagé, no dia 6 de novembro de 1844.
1845 - Finalmente na região do Poncho Verde, estavam reunidos os Imperiais e os Farroupilhas. Foi difícil reunir os Chefes Farroupilhas, mas Caxias intercedeu para insistir na obtenção da Paz. No dia 25 de fevereiro de 1845, conseguiram os farrapos ter sua reunião, sob a presidência de David Canabarro. Assim que Caxias recebeu os documentos assinados pelos farroupilhas, lançou sua Proclamação aos Rio-grandenses, datada de 01 de março de 1845. No início de março, Caxias entra em Bagé com seu Estado-Maior e um grande número de oficiais, entre os quais o Coronel João da Silva Tavares. No dia. Dois dias depois, é a vez de Bento Gonçalves e Antônio de Souza Netto. Houve muita festa com luminárias, bailes, Te-Deum e fogos.
1846 - Neste ano, a população de Bagé, envia requerimento à Assembléia Legislativa Provincial, pedindo para elevá-la a categoria de freguesia. Atendendo tal apelo, defende com entusiasmo pelo Deputado Manoel Marques de Souza, a Assembléia Provincial, em 5 de junho, aprova duas leis (nº64 e nº65), elevando Bagé às condições de Freguesia e Município, respectivamente.
1860 – Em 10 de setembro é publicado o primeiro jornal de Bagé – Aurora de Bagé, de propriedade de Isidoro Paulo de Oliveira, que circula todas as terças, quintas e domingos.
Fontes:
Historiadora Elizabeth Fagundes
Doutora em História Clarisse Ismério
(Extraído da página http://www.bage.rs.gov.br, Prefeitura Municipal de Bagé, RS)
1752 - Após a assinatura do Tratado de Madrid, em 1750, a comissão mista hispano portuguesa inicia o trabalho para demarcar a nova fronteira de Castilhos Grande (próximo o Forte de Santa Teresa) até as cabeceiras do Rio Negro, em Santa Tecla, próximo a atual cidade de Bagé
773 - Em 12 de fevereiro de 1761 é anulado o Tratado de Madrid e todas as convenções decorrentes do mesmo. O governador de Buenos Aires, D. João José Vertiz y Salcedo, em 1773, tenta retomar a ofensiva castelhana para expulsar os portugueses da Província de São Pedro do Sul. Assim, marcha até os Cerros de Bagé e manda construir o Forte de Santa Tecla para servir de marco definitivo da posse dos espanhóis naquelas terras, sob seu poder, já dez anos antes.
1776 - O assédio ao forte, pelos portugueses, tem início no dia 28 de fevereiro e durou até 24 de março de 1776, quando o comandante da fortaleza, D. Ramires, propõe a rendição mediante condições que sugere ao Comandante português, Sargento-mor Rafael Pinto Bandeira. Vencido o Forte de Santa Tecla, com a retirada dos espanhóis, Rafael Pinto Bandeira determina que o forte seja arrasado e queimado, pois não tem condições de mantê-lo com seus soldados.
1801 - Para que não houvesse possibilidades de os espanhóis voltarem a ocupar esta região, o governo português passa a fazer doações de sesmarias para fazenda de criação de gado, o que representa a conquista econômica e ao mesmo tempo resguarda as fronteiras do sul do país.
1809 - Em 9 de outubro de 1809, o Marechal de Campo D. Diogo de Souza toma posse, em Porto Alegre, da Capitania Geral de São Pedro. A missão atribuída a Don Diogo era essencialmente militar. Ele deveria intervir na Região do Prata para combater os movimentos revolucionários que havia em Buenos Aires e na região da atual Montevidéo.
1811 irrompe no interior do Uruguai um movimento generalizado e espontâneo, chefiado por Artigas, contraos espanhóis Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, consegue de seu esposo a ordem para que as forças Luso-brasileiras, concentradas ao longo das fronteiras do Rio Grande do Sul, penetrem em terras castelhanas para cooperar com os exércitos monarquistas espanhóis sitiados em Montevidéo.
Foi assim que Don Diogo de Souza inicia sua campanha à frente do denominado “Exército Pacificador da Banda Oriental”, acampando por um tempo relativamente longo aos pés dos Cerros de Bagé. O exército comandado por ele tinha três mil homens, uma parte pertencente à força que transmigrara para o Brasil, outra, os Dragões e uma terceira, o Regimento de Cavalaria Ligeira Sul Rio-grandense.
17 de julho de 1811 – Data oficial da fundação de Bagé, estabelecida pelo historiador Tarcisio Antonio da Costa Taborda.
O exército Luso-brasileiro deixa o acampamento, em direção a Cerro Largo, levando dez mil cavalos e dois mil bois. Ultrapassa o rio Jaguarão-Chico, acampa no passo de Aceguá e daí vai para a Fortaleza de Santa Teresa. Ao ir embora, o exército enfrenta uma série de dificuldades;era inverno, muita chuva, osrios estavam cheios e não davam passagem para as carretas carregadas. Foi então que Dom Diogo resolve deixar em Bagé parte dos soldados, comerciantes, e mulheres que haviam acompanhado o exército, alguns doentes, cirurgiões e mantimentos. Ao partir, Dom Diogo, nomeia Pedro Fagundes de Oliveira comandante do Acampamento de Bagé. Começa então a surgir um novo vilarejo, que oferecia melhores recursos de água, lenha e proteção natural do que o aldeamento que já havia junto à antiga Guarda de São Sebastião.
1813 – As providências para transferir a capela da antiga aldeia começam a ser providenciadas: aprovação pelo Bispo do Rio de Janeiro em 18 de maio de 1812, enquanto adaptações do antigo rancho que servira como residência do Cel. Eloy Portelli. Em 20 de janeiro no ano seguinte, concorrida procissão translada a venerável imagem, da Guarda de São Sebastião para a nova povoação. O primeiro sacerdote que é trazido para dar assistência espiritual aos moradores de Bagé é o Padre José Loureiro.
1815 – Inicia-se a construção de uma nova igreja, no local onde hoje esta edificada a Matriz de São Sebastião, que foi dada como pronta em 1820, para onde foi novamente transferida a imagem de São Sebastião
1821 – Um dos primeiros atos de Don Pedro I, como Príncipe Regente do Brasil foi anexar as terras da Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar Província Cisplatina. Juan Lavalleja, caudilho cisplatino inicia uma revolta e declara, que a Província deva pertencer à “República das Províncias Unidas do Prata”. Essa atitude feriu os brios de Don Pedro I e imediatamente o Brasil declara guerra à Argentina.
827 – Em 1826, em meio à luta, inicia Alvear, Ministro da Guerra de Buenos Aires, a sua ofensiva, seguindo o Rio Negro até Bagé. Em janeiro de 1827, tenta Alvear impedir a passagem do Marques de Barbacena (Comandante do Exército do Sul) além de Santa Tecla. Ao entrar em Bagé, parte do Exército Republicano, chefiados por Lavalleja, deixa um rastro de destruição, e a capela de São Sebastião não foi poupada. Tendo sido “rasgados os livros de registro, depredado o templo e levadas às alfaias”.
1828 - Até o ano de 1828 o Exército do Sul estava em vantagem, porém, a Inglaterra resolve intervir a favor dos Cisplatinos: pois havia interesses econômicos nesta região. Devido à intervenção da Inglaterra, o Brasil tem de assinar um acordo de paz, desvincula a Cisplatina do Brasil e surge então a República Oriental do Uruguai.
832 – Na província de São Pedro as idéias liberais alastram-se, atingindo diversos segmentos da sociedade. Por isso, em 1832, o tenente Luis José Alpoin funda o partido Farroupilha, em Porto Alegre. É a semente da Revolução Farroupilha.
1835 - A elite rio-grandense considera-se muito importante, por ser uma elite fronteiriça, com uma atuação militar permanente.Esse pensamento era respaldado pela tradição, vinda através das gerações. Entretanto esta elite sentia-se derrotada. Pois havia perdido a Guerra Cisplatina. Eles responsabilizavam o centralismo do governo brasileiro, como causador da ruína da Província.
1836 –“ Bagé na época era um vilarejo de pouco mais de uma centena de casinholas e ranchos, em torno da capela de São Sebastião.”
As terras que constituem o atual município de Bagé são, em 1836, palco de marchas de exércitos legais e rebeldes. Iniciados os movimentos militares, Bento Gonçalves dirigiu-se para a região de Bagé e no Arroio Piraí Grande concentra cerca de 1800 homens e, em fevereiro de 1836, manda intimar o Presidente Araújo Ribeiro a abandonar a República.
Em setembro de 1836, o Coronel João da Silva Tavares, um dos poucos, senão o único Comandante da Guarda Nacional que permanece fiel ao Império, marcha com 380 homens e acampa em Seival. Recebe então a notícia que o Coronel Antônio de Souza Netto, chefe farroupilha, está próximo, no Passo do Lageado com cerca de 400 homens. Entram em combate e Antonio de Souza Netto fica vitorioso. Após o entrave no Seival, a força comandada por Souza Neto vem para o Passo das Pedras, sobre a margem esquerda do Arroio Jaguarão, a 35 quilômetros de Bagé.
“Em 10 de setembro de 1836, Souza Netto é aclamado General em Chefe do Exército da República Rio-grandense, e, em campo de batalha sustenta a bandeira tricolor da República com honra e glória durante a ausência de Bento Gonçalves. Nesta batalha travada em terras de Bagé nasce o espírito rio-grandense, que adota como insígnia oficial do RGS o Pavilhão Tricolor da República Rio-grandense de 1836”
1841 - As ocorrências da guerra fazem com que em 9 de janeiro de 1839 aconteçam mudanças da capital de Piratini para Caçapava e Alegrete. Fica ambulante. Volta para Piratini e depois, nos primeiros dias de agosto de 1841, a Capital fica em Bagé, onde Domingos José de Almeida, Ministro da Fazenda, toma providências para reorganizar o que se havia extraviado nas andanças; instala uma tipografia, encomenda uma impressora e óleo de linhaça para tintas dos “prelos”; com a finalidade de que o órgão de informação da República volte a circular, o que ocorre em 15 de dezembro de 1841.
1844 - Em novembro de 1842 assume a presidência e o comando das armas, Luiz Alves de Lima e Silva, o então Barão de Caxias. No mês seguinte corre boato de uma conspiração dos deputados contra o presidente da República. Em agosto de 1843, Bento Gonçalves renuncia à presidência passando o cargo a José Gomes Jardim e o cargo no exército a David Canabarro. A partir de 1844, os republicanos percebem que a vitória final era impossível e iniciam-se as conversações de paz. A última reunião que precedeu a paz tem início em Bagé, no dia 6 de novembro de 1844.
1845 - Finalmente na região do Poncho Verde, estavam reunidos os Imperiais e os Farroupilhas. Foi difícil reunir os Chefes Farroupilhas, mas Caxias intercedeu para insistir na obtenção da Paz. No dia 25 de fevereiro de 1845, conseguiram os farrapos ter sua reunião, sob a presidência de David Canabarro. Assim que Caxias recebeu os documentos assinados pelos farroupilhas, lançou sua Proclamação aos Rio-grandenses, datada de 01 de março de 1845. No início de março, Caxias entra em Bagé com seu Estado-Maior e um grande número de oficiais, entre os quais o Coronel João da Silva Tavares. No dia. Dois dias depois, é a vez de Bento Gonçalves e Antônio de Souza Netto. Houve muita festa com luminárias, bailes, Te-Deum e fogos.
1846 - Neste ano, a população de Bagé, envia requerimento à Assembléia Legislativa Provincial, pedindo para elevá-la a categoria de freguesia. Atendendo tal apelo, defende com entusiasmo pelo Deputado Manoel Marques de Souza, a Assembléia Provincial, em 5 de junho, aprova duas leis (nº64 e nº65), elevando Bagé às condições de Freguesia e Município, respectivamente.
1860 – Em 10 de setembro é publicado o primeiro jornal de Bagé – Aurora de Bagé, de propriedade de Isidoro Paulo de Oliveira, que circula todas as terças, quintas e domingos.
Fontes:
Historiadora Elizabeth Fagundes
Doutora em História Clarisse Ismério
(Extraído da página http://www.bage.rs.gov.br, Prefeitura Municipal de Bagé, RS)
BANDEIRA DOS FARRAPOS, BAGÉ, RS
| CIDADE
por: Cláudio Falcão
[23H:09MIN] 14/09/2011 - RELÍQUIA
Museu Dom Diogo possui bandeira original dos farrapos
Ontem foi realizada a abertura oficial das comemorações da Semana Farroupilha.
Na oportunidade, os gaúchos presentes cantaram o Hino Rio- Grandense e diversas bandeiras do Estado tremulavam empunhadas pelos representantes das entidades tradicionalistas. O que a maioria da comunidade desconheça é que o Museu Dom Diogo de Souza abriga em seu acervo o único exemplar da Bandeira Farroupilha original.
Elaborada de acordo com a lei que a criou, presume-se que tenha sido apreendida em algum encontro entre imperiais e farrapos em 6 de novembro de 1836. De acordo com as informações fornecidas pela professora Maria Luíza Pegas, os registros do museu dão conta que a bandeira encontrava-se no arquivo do Visconde de Serro Alegre. Por diversos anos pertenceu à família Silva Tavares e foi doada ao museu por Branca Móglia Tavares, em 4 de janeiro de 1961. É considerada o único exemplar do Estado, já que não há registros oficiais da existência de alguma outra. O historiador Tarcísio Taborda a emprestou ao Museu Júlio de Castilhos nos anos 80. O Museu Dom Diogo de Souza, irá expor o único exemplar da Bandeira Oficial Farroupilha na 5ª Primavera de Museus de 19 a 25 de setembro.
Fonte: Jornal MINUANO, Bagé, RS (edição de 14.set.2011).
sábado, 27 de agosto de 2011
SETE DE SETEMBRO DE 1969, BAGÉ, RS
Com a colaboração do amigo e colega do Colégio N. S. Auxliadora, foi possível identificar alguns colegas do desfile de Sete de Setembro de 1969, os quais encontram-se indicados por números na fotografia. São eles:
1 - Paulo Ricardo Oliveira;
2 - Aluizio Tavares;
3 - Adhil ...;
4 - Werner Beck;
5 - Miguel Goularte;
6 - Sérgio Fontana;
7 - irmão do Arlindo;
8 - José Pedro Fuchs;
9 - Saul Suñe Cardoso;
10 - Luiz Felipe Düpont;
11 - Luiz Alberto Brasil;
12 - Luzardo de Lima Rosa;
13 - José Hipólito ...
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
domingo, 7 de agosto de 2011
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