sábado, 4 de agosto de 2007

O ENSAIO DO CORAL


Por Paccelli José Maracci Zahler

Dentre as várias inovações do Colégio N. S. Auxiliadora, na década de 1970, estava a criação de um coral dos alunos para cantar nas missas e nas solenidades, por exemplo, no coral das mil vozes, na Semana da Pátria de 1973.
Por um desses acontecimentos fortuitos da vida da gente, fui selecionado.
Salvo engano, pois a memória já não é a mesma após mais de 30 anos, éramos ensaiados pelo Padre Fausto, um entusiasta pela música.
Eu me lembro que estávamos ensaiando para a cerimônia de Crisma de alguns colegas, dentre eles o José Pedro Fuchs.
No horário das duas últimas aulas, fui convocado, junto com os demais participantes do coral, para repassar as músicas que seriam cantadas na missa de domingo.
Como eu não tinha certeza do horário de término do ensaio, deixei meus livros em sala de aula, debaixo da carteira.
O ensaio se estendeu para depois das 12 horas e, quando voltei à sala de aula, ela estava fechada e eu não consegui pegar meus livros.
Retornei às 13h30min, falei com o Seu Bráulio, responsável pela portaria, e ele abriu a sala. Levei um tremendo de um susto: nada dos livros.
Voltei a falar com o Seu Bráulio, expliquei a situação e ele me deu como alternativa, dar uma olhada na sala dos professores, pois, quando acontecia algum fato dessa natureza, o professor guardava os livros.
Felizmente, os livros estavam sobre a mesa da sala dos professores. Respirei aliviado. Entretanto, fiquei muito triste com o comentário feito pelo Seu Bráulio. Por mais que eu tivesse explicado que imaginara voltar à sala antes do fim das aulas da manhã para pegar os livros, pois havia sido convocado para o ensaio do coral, ele entendera que eu tinha, simplesmente, esquecido os livros na sala de aula.
Doeu muito quando o ouvi comentar, rindo, com outro funcionário do colégio:
- É um artista! Onde já se viu esquecer dos livros na sala de aula?
Tive que me resignar porque não havia jeito de fazê-lo entender o que aconteceu. Ele entendeu do jeito que quis.
Voltei para casa chateado.

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