sábado, 11 de agosto de 2007

PADRE ERWIN, O HIPNOTIZADOR


Por Paccelli José Maracci Zahler

Quando fui para o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em 1969, eu fiquei encantado ao ver os alunos pedindo para o padre conselheiro,o Padre Erwin, para hipnotizá-los.
Seu truque básico era pedir ao aluno que entrelaçasse as mãos, olhasse em seus olhos e, quando ele contasse até três, o aluno não conseguiria mais abri-las. E assim acontecia – o aluno não conseguia desentrelaçar as mãos até que ele contasse até três novamente.
Em outra oportunidade, presenciei um número de hipnotismo onde o Padre Erwin mostrava uma linha no chão, entre as cerâmicas, e dizia ao aluno que ali havia uma barreira instransponível e que, por mais que ele tentasse, não conseguiria atravessá-la.
Contava um, dois, três, e, incrivelmente, os pés do aluno se retorciam e ele não conseguia ultrapassar a linha no chão até nova ordem.
Quando os alunos estavam com vontade de tomar refrigerante e não tinham dinheiro para comprá-lo na lanchonete do Padre Nestor, que ficava em frente ao campo de futebol, pediam ao Padre Erwin para hipnotizá-los de modo que a água do bebedouro aparentava ter gosto de Coca-Cola.
Curioso e receoso, um dia pedi para o Padre Erwin me hipnotizar.
Ele tentou o truque das mãos entrelaçadas uma, duas, três vezes e não conseguiu. Então, me disse:
- Não tens suscetibilidade ao hipnotismo!
Da minha parte, embora não tenha vivenciado a experiência, fiquei contente, pois isso significava que eu não me deixava influenciar por ninguém.
Já por meados da década de 1970, houve uma onda de parapsicologia e controle mental.
O Padre Erwin, que havia deixado o colégio por uns tempos, talvez tenha estado a serviço em outro município, voltou para o Auxiliadora com uma novidade: o Método Silva de Controle Mental.
Eu me lembro que até o Prof. Guido (Estudos Sociais) começou a praticá-lo.
Tive a oportunidade de fazer o curso de controle mental dado pelo Padre Erwin no teatro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde funcionou um cinema e onde fizemos a apresentação da peça “Pluft, o fantasminha”.
O teatro estava lotado.
Creio que Bagé inteira resolveu fazer o curso do Método Silva na esperança de programar o futuro e melhorar de vida.
Em determinado momento, as luzes foram apagadas para que ficássemos sob as ordens do Padre Erwin, em uma espécie de hipnotismo coletivo.
Do mesmo modo, minha mente não absorveu as ordens dadas pelo Padre Erwin. Abri os olhos e vi pessoas com as mãos lá no alto como se estivesse levitando.Naquele momento, eu me lembrei do que ele havia me dito alguns anos atrás.

3 comentários:

Sérgio M. P. Fontana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sérgio M. P. Fontana disse...
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Sérgio M. P. Fontana disse...

Sobre o Pe. Erwin: Eu tinha medo de me submeter a esse processo. Mesmo tendo uma grande curiosidade para saber se daria certo comigo, nunca pedi a ele para tentar me hipnotizar.
E nem me lembrava mais do Pe. Nestor. Fantástica a tua memória, Paccelli!

Sergio Fontana