sábado, 4 de agosto de 2007
A SOMBRINHA DA SORAYA
Por Paccelli José Maracci Zahler
Durante o Curso Científico (2º Grau), eu costumava acompanhar a Soraya até a sua casa, já que o nosso caminho era o mesmo.
Muitas vezes, ficávamos conversando por uma eternidade no portão. Era inexplicável tanto assunto, justo na hora do almoço.
Certa vez, começou a chover e eu estava sem guarda-chuva. Ela insistiu para que eu usasse a sombrinha dela, de cor grafite.
Eu disse que não era necessário, porém, ela insistiu e me disse que era para evitar que eu me molhasse e ficasse resfriado.
Sem jeito, eu aceitei e fui morrendo de vergonha até a minha casa, que ficava uma quadra e meia distante.
Ao chegar em casa, peguei meu guarda-chuva e devolvi a sombrinha imediatamente, para surpresa dela.
Naquela época, pelo menos em Bagé, meninos usavam guarda-chuva e meninas, sombrinha, por isso, para mim era muito esquisito ir para casa de sombrinha.
Quando vim para Brasília, em dezembro de 1982, em plena estação chuvosa, eu via pessoas usando sombrinhas indiferentemente, fossem homens ou mulheres.
As chuvas eram tão fortes, que o mais importante era se proteger da chuva, sem importar como.
Em 2005, tive a oportunidade de ir a Porto Alegre para fazer uma palestra em um congresso técnico e, como já tinha mantido contato com a Soraya, encontrei com ela.
Ela não tinha mudado nada. Sempre alegre, falando coisas engraçadas, de tal forma que, para mim, foi como se o tempo não tivesse passado, como se eu tivesse conversado com ela no portão no dia anterior.
Entre uma conversa e outra, eu comentei com ela a história da sombrinha, do quanto eu tinha ficado envergonhado e sem jeito.
Ela me disse:
- Se fosse hoje, eu tenho certeza que não irias aceitar a sombrinha!
- Por que? – perguntei.
Ela me respondeu mostrando a sombrinha verde-limão, com duas "orelhinhas" nas barbatanas e dois olhos bem grandes, simulando a cabeça de um sapo.
Realmente, seria o maior mico. Hoje, eu não aceitaria.
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3 comentários:
Prezado Paccelli.
Parabéns pelo blog. Bem, ter uma colega com nome de Soraya parece ser uma tradição entre os secundaristas do Auxiliadora. Eu tive uma que era uma Deusa, ela era de POA e não ficou muito tempo em Bagé. Um fato em torno desta colega que me vem a memória é que durante um encontro com um colega há alguns anos atrás, destes que viraram amizade pro resto da vida, eu comentei com ele questionando sobre o que teria sido feito da "nossa" Soraya. O cara simplesmente suspirou e disse meio resignado: aaahh... não me desenterra aquele osso... Nunca vou me esquecer. Abraço.
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