sábado, 16 de fevereiro de 2008

A FUGA


Por Lucinei Silveira

Quando faltava um professor, o padre Lino ia para a sala para controlar
a turma.
Um dia, o professor não apareceu e eu e o Cabeça resolvemos fugir.
Planejada a fuga, partimos para a execução. Para isso, saltamos de uma janela da escada que ficava a uns três metros de altura e que dava acesso ao alojamento dos padres. Só que demoramos alguns minutos, tempo suficiente para sermos vistos pelo padre Lino, quando cruzávamos por um buraco na tela da Praça dos Esportes.
Ele não nos chamou , nem falou nada, simplesmente ligou para a mãe do
Cabeça.
Ao chegarmos na casa do Cabeça , sua mãe perguntou porque tínhamos
chegado tão cedo. Dissemos que os professores tinham nos liberado e fomos jogar
bola.
No outro dia, o Cabeça me falou que sua mãe sabia de toda a história e havia lhe dito que esperava que tivéssemos a honestidade de contar a verdade.
Resumindo , passei alguns meses sem passar nem pela frente da casa
dele, morrendo de vergonha de sua mãe.

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