terça-feira, 17 de julho de 2007

O PÁSCOA

Por Paccelli José Maracci Zahler

O Páscoa era uma figura folclórica no Colégio N.S. Auxiliadora. Não havia quem não o conhecesse ou que não havia sido colega dele.
Talvez por ser originário de uma família de comerciantes, o seu vocabulário baseava-se no jargão comercial.
Quando do início do ano letivo do 2º Científico, nós não encontrávamos o livro de Física nas livrarias, nem havia previsão de estoque.
Um dia, o Prof. Gesner, nosso professor de Física, tentou passar umas tarefas para casa e, imediatamente, a turma reclamou.
O professor quis saber por que e o Páscoa disse:
- Professor, não se encontra o livro na praça!
Imediatamente, uma vozinha lá no fundo rebateu:
- É claro, Páscoa, na praça não vais encontrar nenhum livro. Tens que ir em uma livraria!
Gargalhada geral, nem o professor conseguiu se conter.
Mais tarde, nas aulas do Prof. Guido, uma das tarefas era a apresentação de uma peça de teatro. Para isso, a turma foi divida em duas, cada uma responsável pela preparação,adaptação do roteiro, ensaio, figurino e apresentação da peça selecionada.
O Páscoa caiu no nosso grupo e nós, depois de algumas tentativas, decidimos pela peça "Pluft, o fantasminha", de Maria Clara Machado.
Uma das personagens era a Maribel, mas o Páscoa, por alguma razão ou bloqueio, só se referia a ela como Mirabel.
Ensaiamos, corrigimos a pronúncia, repetimos.Tudo pronto.
No dia da estréia, todos chamavam a personagem de Maribel, enquanto o personagem do Páscoa insistia em chamá-la de Mirabel.

(Agradecimentos à Soraya pela ajuda)

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