terça-feira, 25 de setembro de 2007
JORGE
Por Paccelli José Maracci Zahler
Eu cursava o ginásio e, quando havia aula de Educação Física, tínhamos que esperar o portão de trás do colégio abrir porque os padres não nos permitiam aguardar no portão da frente do colégio.
Não sei se por economia, juntavam duas a três turmas para fazer a aula. Dá para imaginar duas a três turmas de meninos esperando no portão de trás do colégio.
Todo mundo que passava não escapava de piadinhas e assobios, a ponto das meninas desviarem o caminho para não passar no meio da meninada, que chegava a tomar conta do canteiro central da rua.
Era justamente em um ambiente assim que ele costumava passar com sua carroça enfeitada.
Seu nome era Jorge, pederasta assumidíssimo.
Quando dobrava a esquina, alguém já gritava, lá vem o Jorge. Não faltavam assobios, gracinhas, aplausos, como em um filme do Felini. E o Jorge passava sorrindo, como que desfilando em uma passarela.
Certamente, em algumas de suas passadas arrebanhava um ou outro amante fugaz, do contrário, não faria sempre o mesmo trajeto nos horários das aulas de Educação Física.
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Um comentário:
Mas esta do Jorge é muito engraçada! O cara andava pela cidade toda e vendia laranjas, lenha, etc. Nós, lá em casa, costumávamos comprar laranjas dele.
Sergio Fontana
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