terça-feira, 25 de setembro de 2007
UM RECORTE DE JORNAL (1972/1973)
Por Paccelli José Maracci Zahler
Eu estava revirando a minha caixa de recordações quando me deparei com um recorte do Jornal ZERO HORA, de Porto Alegre,RS. Nele, uma entrevista com Fernandinho, um cabeleireiro daquela capital, que, freqüentemente, aparecia nos canais de televisão, particularmente, no programa da Tânia Carvalho e que chocava a sociedade gaúcha com as suas tiradas.
Corria o ano 1972/1973, quando Fernandinho deu a seguinte entrevista, com um título bastante sugestivo, que reproduzo abaixo.
“FERNANDINHO, MUITO MARAVILHOSO, DIZ QUE PERSONALIDADE É ELE MESMO
Nome: - Fernando Mendes.
Signo: Sagitário
Instrução: - A vida.
Profissão: - Cabeleireiro. Até que a morte nos separe.
Onde trabalha: - Em seu salão de beleza, na Quintino Bocaiúva, 1023.
Estado civil: - Comprometido.
Bairro em que mora: - Petrópolis.
Hora de acordar: - Às 9 horas.
Hora de dormir: - Às 23 horas.
Café da manhã: - Completamente enlouquecido. Tem tudo o que se pode imaginar: laranjada, café, chá, torrada, manteiga, margarina,...
Hora do almoço: - Não tem.
Hora do jantar: - Também não.
Prato preferido: - Qualquer prato, desde que seja à base de massa. Principalmente os feitos por sua “mamã”.
Bebida: - Vinho alemão.
Cigarros: - Marlboro.
Sobremesa: - Adora qualquer coisa que tenha açúcar.
Sabonete: - Somente os à base de mel.
Pasta de dente: - Não tem preferência.
Desodorante: - Bond Street.
Perfume: - Não usa. Usa somente água de colônia “Eau Folle Fuy Larouche.”
Maquilagem: - Só quando é da Biba, de Londres.
Água de barba e creme: - Deus me livre. Não uso essas coisas...
Peso: - Pesa 50 kg, para 1,67 m de altura. Fernandinho acrescenta: “Isto sem plataforma”.
Alfaiate: - Não faço roupas em alfaiates. Meu costureiro é o Reinaldo Momo.
Camiseiro: - Idem.
Cores prediletas: - Preto e branco.
Relógio de pulso: - Baume e Mercier.
Restaurante: - Acha mais simpático o “Chez Dudu”.
Boate: - Não freqüenta.
Time: - Internacional. Diz Fernandinho : ‘sou colorado só por causa do Figueroa’.
Cartão de crédito: - Não tenho equilíbrio emocional suficiente para tê-lo.
Divertimentos prediletos: - Conversar com amigos.
Som: - Rádio Gaúcha.
Televisão: - As cores vivas do 12.
Livro que está lendo: - “Incidente em Antares”, de Érico Veríssimo.
Carro: - Tem um Volks. Mas prefere uma Limousine preta com um chofer mais preto ainda.
Atriz que prefere: - Lisa Minelli.
Ator: - Preferência absoluta pelo Alain Delon.
Cantora: - Elizete Cardoso e Elis Regina.
Cantor: - Charles Aznavour e Lucho Gatica.
Humorista: - Não gosta de humoristas. Acha todos uns chatos.
Personalidade: - Fernandinho.
Coisas da vida: - Dar e receber...”
Assim terminou a entrevista do Fernandinho.
Do outro lado do recorte, uma relação de cinemas e de filmes que estavam em cartaz.
Os cinemas: Cacique, Carlos Gomes, Guarani, Imperial, Lido, Rex, São João, Astor, Baltimore, Cine Center, Coral, Marrocos, Mini Baltimore, Premier, Ritz, Eldorado, Estrela, Marabá, Miramar, Park Auto Cine, Presidente, Real e Rey.
Os filmes: ‘Assassino a preço fixo’, ‘O filho da águia negra’, ‘O último sangue’, ‘Marta, a amante insaciável’, ‘O vingador de Xangai’, ‘A estranha vingança de Rosalie’, ‘O destino do Poseidon’, ‘Sabata, vivo ou morto’, ‘O farol do fim do mundo’, ‘E Deus disse a Caim’, ‘Fórmula Um, no inferno do Grand Prix’, ‘O poderoso chefão’, “A grande escapada”, ‘Em ritmo jovem’, ‘O último Don Juan’, ‘Os dez mandamentos’, ‘Horizonte Perdido’, ‘Mercenários num reino em chamas’, ‘Amargo pesadelo’, ‘Os chacais do oeste’, ‘Salve-se quem puder’, ‘Os mansos’, ‘Adeus, amigo’, “Nossas férias adoráveis’, “Uma casa sob as árvores’, ‘O calhambeque mágico’, ‘Os destemidos não caem’, ‘Barquero’, ‘Inferno no deserto’, ‘Ringo, reze para morrer’, ‘Lampião, o rei do cangaço’, ‘Tristezas do Jeca’, ‘Mais forte que a vingança’, ‘Drácula’, ‘Perfil do diabo’, ‘Essa pequena é uma parada’, ‘A corrida do século’, ‘Aliados contra o crime’, ‘Rezo a Deus e mando bala’, ‘A vingança dos gladiadores’, ‘Encontro com a desonra’, ‘Quando as lendas morrem’, ‘O circo do vampiro’, ‘Inimigos à força’, ‘O terror das mulheres’, ‘Os violentos vão para o inferno’, ‘Fabricantes de ilusões’, ‘O xerife da cidade explosiva’, ‘Os que chegam com a noite’, ‘Tati, a garota’, ‘Os desaparecidos de Singapura’, ‘Os profissionais’, ‘A guerra dos dálmatas’, ‘Os homens do planeta Atia’.
Em Bagé, tínhamos o Cine Avenida, o Cine Capitólio, o Cine Glória, o Minicine Difusora, o Cine Sete.
É difícil não sentir saudades daquela época.
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