sábado, 28 de julho de 2007

PEGA-PEGA NO RECREIO


Por André Pedrozini Brandi

Revolvendo a memória, lembrei-me de um fato muito engraçado.
Estávamos no terceiro ano do Científico e, em determinado dia, no recreio, resolvemos brincar de pegador (pega-pega).
Foi muito engraçado. Um bando de marmanjões correndo uns atrás dos outros e fazendo algazarra como se fossem crianças.
O Falcão estava lá, pegou uma folha e papel e fez uma charge “in loco”.
No papel, a reprodução da cena ficou fantástica.
Ele me retratou com meio metro de língua de fora, olhos esbugalhados e ávidos de desejo, correndo atrás da Soraya.
A turma levou a charge para a sala de aula, onde correu de mão em mão, provocando gargalhadas.
Assim, os dois últimos períodos de aula foram repletos de risadas e, por mais que eu tentasse, não logrei êxito em subtrair a bendita folha das mãos das criaturas.

terça-feira, 24 de julho de 2007

sábado, 21 de julho de 2007

REVISTA 'PLACAR' (DÉCADA DE 1970)



Colaboração: Paccelli José Maracci Zahler.

O “GRENAL”



Por Sergio Fontana

O futebol sempre esteve presente em todas as fases da minha vida.
Entre 1968 e 1976, período em que eu estudei no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, os jogos de futebol eram disputados aos sábados durante todo o dia. Assim, das 08 às 18 horas, com intervalo entre meio-dia e 13 horas, o campo, cujo piso não era de grama, mas de areia, era ocupado ininterruptamente por atletas (adolescentes e pré-adolescentes); e suas adjacências, por observadores, aos quais nem se podia caracterizar como “torcida”.
O tempo disponível permitia que fossem realizados, no máximo, nove jogos por sábado.
As equipes - formadas por alunos da mesma turma ou não - alugavam (por uma hora) o campo, propriamente dito, uma bola oficial (chamada naquele tempo de bola no 5) e as camisetas.
Os calções, meias e chuteiras, ou tênis, ficavam por conta dos atletas, mas às vezes, optava-se por alugar o conjunto “camiseta, calção e meias”, para ficar todo o mundo com o uniforme impecável.
Camisetas havia de todo o tipo, a maioria com desenhos e combinações de cores tão aleatórias que não faziam referência a nenhum clube brasileiro ou estrangeiro existentes.
Se considerarmos que as medidas oficiais de um campo de futebol variam de 90 a 120 m de comprimento por 75 a 90 m de largura, eram muito menores do que o aceitável as dimensões do campo do Auxiliadora o qual, segundo o Prof. Paulo Roberto Oliveira, nosso mestre da Educação Física, falecido em 1987 - tinha 70 metros de comprimento por 30 metros de largura. Dessa maneira, não daria para concentrar vinte e dois atletas em movimento constante ali. Mas dava, e os jogos, muitas vezes, viravam uma “briga de foice”.
O episódio mais emocionante para mim ocorreu em 1969. Eu estava na 5a Série (ou 5o ano, ou ainda, no curso de Admissão ao Ginásio, como era chamado na época), onde freqüentemente eram lançados desafios chamados de “GRENAL da aula”, ou seja, alunos da mesma turma ou até da mesma série e turmas mescladas, gremistas e colorados marcavam um GRENAL para um sábado qualquer, valendo uma Pepsi-mini para cada jogador.
Ao aluguel do fardamento, que custava Cr$ 1000,00 (um mil cruzeiros) para cada um, eram acrescentados Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) para custear o refrigerante, totalizando Cr$ 1500,00 (um mil e quinhentos cruzeiros) por atleta.
Quem vencesse a partida, “levava as Pepsi”. E assim aconteceu num sábado cinzento, às duas da tarde, uma disputa valendo algo muito mais valioso do que uma medalha: onze refrigerantes que iriam matar a sede dos vencedores e deixar mais seca ainda a garganta dos vencidos.

Durante o jogo, o “Internacional” fez um a zero ainda no primeiro tempo e o “Grêmio” empatou no final do segundo, quase no fim mesmo, misturando adrenalina e esperança de um lado, com adrenalina e desânimo do outro. Mas esse placar não premiava ninguém; faltava definir um ganhador. O próximo jogo ia começar atrasado, em função de uma disputa em penalidades máximas.
Em jogo de guri daquele tempo, sorteava-se, num par ou ímpar entre os capitães, a preferência na ordem das cobranças, mas tinha uma diferença significativa: todos os cinco pênaltis eram cobrados em seqüência pelo mesmo time; o outro cobrava os seus cinco depois.
O “Grêmio” ganhou o sorteio e o Eduardo Ramos, o Dado, que era o capitão, pegou a bola para chutar a primeira penalidade na goleira que ficava de costas para a rua Marechal Floriano. Bateu mal, por cima do gol. Resolveu bater também o segundo e repetiu a proeza por cima do gol. Não se deu por satisfeito e novamente o mesmo erro.
Três chutes errados e os colorados vibrando. E o homem insistiu, mais uma vez e ainda outra, e errou os cinco pênaltis, todos batidos da mesma maneira: por cima do travessão.
Ao “Internacional” bastava converter um gol. Enquanto nós gremistas, mesmo sem dizer uma palavra, demonstrávamos indignação com o Dado, os vermelhos já pensavam na glória alimentada pela rivalidade GRENAL e no prêmio que ganhariam.

Tendo assimilado o erro crasso do adversário, os colorados designaram dois ou três jogadores, e não só um como fez o adversário, para efetuar as cobranças. Entre os chutes que foram dados pelo “Internacional”, eu não lembro em que ordem aconteceram os seguintes fatos: dois para fora, ao lado da trave; duas defesas do César, nosso goleiro; e uma bola na trave. Vibração por parte dos gremistas.
Agora seriam três penalidades para cada equipe e novamente os tricolores iriam chutar primeiro.
O Dado se apressou em pegar a bola, e antes que alguém o banisse para sempre da zona das penalidades, chutou nas mãos do Paulo Teixeira, o goleiro colorado.
Por unanimidade ficou decidido então que o Dado nem deveria mais chegar perto da bola.
O novo cobrador de pênaltis para o “Grêmio” era de outra turma, e eu não lembro o nome dele.
Os dois outros pênaltis, para meu alívio, foram bem executados e convertidos, sem chance de defesa para o goleiro. Cabia ao “Inter”, agora, efetuar as suas cobranças, mas eu estava confiante porque o César, o goleiro do “Grêmio” era um “baita” goleiro e, certamente defenderia, pelo menos, duas cobranças. Dois chutes fortes, nos cantos, por parte do Colorado e o empate estava garantido.
No último chute a concentração total do batedor, dos dois times, dos observadores e, principalmente, do nosso fantástico goleiro que olhava fixamente para a bola.
Eu olhava fixamente para ele, o César, tentando transmitir-lhe uma energia que eu imaginava ter e que poderia guiar os seus reflexos, culminando o lance com mais uma defesa magnífica. E, em uma fração de segundo depois, um chute forte e rasteiro, no canto, o goleiro se esticando todo, ralando o joelho e os cotovelos e... gol do “Internacional”.
 
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Como num estouro de boiada, correram os onze colorados ao balcão do bar, naquele tempo ainda situado à direita de quem olha na direção da Praça dos Esportes, e receberam do atendente o prêmio que lhes coube por direito. A nós gremistas, dessa vez, só o cansaço e a sede.

Fontes das fotos: Internet, www.nacaocolorada.com.br e www.museudosesportes.com.br.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

UMA MENSAGEM

Por Paccelli José Maracci Zahler

Enquanto eu revirava minhas coisas do tempo de Auxiliadora, deparei-me com um pedaço de papel dobrado em oito partes.
Ao abri-lo, verifiquei tratar-se de uma mensagem escrita pelo General Douglas MacArthur,norete-americano,em 1945.
Essa mensagem me acompanhou durante todo o Científico.
Quando estava desanimado ou preocupado com o futuro, eu a lia e me sentia confortado.
Transcrevo-a abaixo:

 
(Fonte da foto: www.freerepublic.com)

"SER JOVEM

Por Douglas MacArthur (1945)

A juventude não é um período da vida. Ela é um estado de espírito, um efeito da vontade, uma qualidade da imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez do gosto, da aventura sobre o amor ao conforto.

Não é por termos vivido um certo número de anos que envelhecemos. Envelhecemos proque abandonamos o nosso ideal.

Os anos enrugam o rosto; renunciar ao ideal enruga a alma. As preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos são os inimigos que lentamente nos inclinam para a terra e nos tornam pó antes da morte.

Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta, como a criança insaciável:"E depois?" Que desafia os acontecimentos e encontra alegria no jogo da vida.

És tão jovem quanto a tua fé. Tão velho quanto a tua descrença. Tão jovem quanto a tua confiança em ti e a tua esperança. Tão velho quanto o teu desânimo.

Serás jovem enquanto te conservares receptivo ao que é belo, bom, grande. Receptivo às mensagens da natureza, do homem, do infinito.

E, se um dia teu coração for atacado pelo pessimismo e corroído pelo cinismo, que Deus, então, se compadeça de tua alma de velho".

Relendo essa mensagem, fiquei me perguntando, passados 30 anos da conclusão do nosso curso no Colégio N.S. Auxiliadora: Quantos de nós permanecem jovens? Quantos de nós envelheceram por abandonarem o próprio ideal?
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quarta-feira, 18 de julho de 2007

VISTA DA AVENIDA SETE DE SETEMBRO

A Avenida Sete de Setembro é a principal artéria da cidade de Bagé, RS.
Nela ocorrem os desfiles cívicos e de Carnaval.

Vista Norte
 


Vista Sul
 


Fonte: Jornal Correio do Sul (www.correiodosul.com.br)(edição de 09/07/2007).
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VISTA DO COLÉGIO N. S. AUXILIADORA

VISTA DO COLÉGIO N.S. AUXILIADORA, A PARTIR DA PRAÇA DE ESPORTES.


 


VISTA DA IGREJA N.S. AUXILIADORA, A PARTIR DA PRAÇA DE ESPORTES


 


Fonte: Internet (http://www.terragaucha.com.br , Imagens de Bagé).
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LOCALIZAÇÃO DO COLÉGIO AUXILIADORA

Localização do Colégio N.S. Auxiliadora no plano da cidade de Bagé, RS

Legenda:

Bola azul: Colégio N. S. Auxiliadora
Bola vermelha: Praça de Esportes
Bola escura: Praça Silveira Martins, onde fica o Palanque Oficial com as autoridades do Município em ocasiões festivas.


 


Fonte: Google Maps (internet).
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O PROBLEMA DE FÍSICA

 
Por Paccelli José Maracci Zahler

Estávamos no 3º ano do Curso Científico, estudando Eletricidade.
As turmas eram duas: a turma A e a turma B, com aulas às terças-feiras e quintas-feiras, separadas pelo intervalo de recreio.
Dessa maneira, um tema que era dado em uma turma, era comentado com a outra no recreio.
O Professor Gesner, nosso professor de Física, gostava de desafiar os alunos. Com freqüência, chamava-os ao quadro negro para resolver um problema ou explicar algum ponto específico. Se o aluno se saísse bem, elogiava-o; do contrário, nem é conveniente comentar.
Aconteceu em determinada aula, que ele propôs o seguinte problema: “Duas cargas positivas de 1,5 μC e 0,3 μC, estão separadas de 20 cm. Em que ponto será nulo o campo elétrico criado por essas cargas?” e me chamou ao quadro para resolvê-lo.
Eu dividi o quadro em duas partes com um risco de giz, anotei os dados, as fórmulas e comecei a resolver o problema.
Em determinado momento, entre deduções e combinações de fórmulas, a solução foi se tornando e eu tive que utilizar a fórmula de Bhaskara.
Não consegui chegar ao final, naquele dia, porque a campainha do recreio tocara e a aula chegara ao fim.
No outro dia, me comentaram que o Professor Gesner havia dito para a turma B que tinha me dado um problema para resolver, que eu enveredara por um caminho errado porque a solução era simples, bastava utilizar frações, e que ele estava só esperando o momento para pilheriar comigo.
Eu fiquei muito chateado com o comentário e cheguei até a ficar em dúvida se estava no caminho certo.
Ao chegar em casa, comentei o fato com o meu pai e ele me deu o seguinte conselho:
- Procura resolver o problema em casa. Se der certo, pede para terminá-lo na próxima aula, no quadro, na frente de todos; se der errado, fala para o professor que não conseguiu solucionar o problema e que gostaria de aprender a solucioná-lo.
Assim eu fiz. Calculei, recalculei, chequei e o resultado estava correto, meu caminho estava certo.
Na aula seguinte, pedi para o professor para terminar o problema no quadro. Ele deu um sorrisinho e me disse para ir.
Eu comecei falando que, na aula seguinte, eu havia parado no passo tal e que o problema continuaria da seguinte forma. E fui escrevendo.
De vez em quando, eu olhava para o Professor Gesner, que caminhava impaciente pela sala, entre as fileiras, segurando uma tremenda gargalhada.
Passei então a valorizar a solução, explicando passo a passo, bem devagarzinho, pois eu sabia das suas intenções.
Tomei quase todo o tempo da aula até anunciar convicto:
- A carga será nula a 8 cm da carga negativa!
Olhei para o professor, ele estava branco, roxo, vermelho, lágrimas corriam dos seus olhos.
Senti que ele estava surpreso, decepcionado por não ter conseguido fazer a pilhéria, ao mesmo tempo feliz.
Passou a fazer um tremendo de um discurso, elogiando o meu jeito de ser, o meu esforço nos estudos, que eu teria um futuro brilhante, e por aí vai.
Disse-me, no entanto, que a solução era mais simples. Bastava um exercício de raciocínio e o uso de algumas frações para chegar à mesma conclusão e que eu havia descoberto um outro caminho.
Guardo o caderno com o problema e sua solução até hoje.
Às vezes, o folheio e aquela cena volta como se tivesse acontecido ontem.
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terça-feira, 17 de julho de 2007

LIVROS DE FÍSICA (2ª edição)

Por Paccelli José Maracci Zahler

Nós estudamos nos livros da primeira edição, onde o livro do 1º Científico tinha a capa de cor rosa, o do 2º Científico, cor verde, e o do 3º Científico, cor azul.
Apesar do colorido das imagens, o conteúdo sofreu pouca modificação, com alguns rearranjos e problemas novos.


 

 
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A ESCOLA DO PAI DO LUZARDO

Por Paccelli José Maracci Zahler

O pai do Luzardo era diretor da Escola Remington de Datilografia. Sim, naquela época, saber datilografia era fundamental.
Como os cursos do SENAC eram muito freqüentados e não havia horário,nem turmas disponíveis,todos corriam para a Escola Remington.


 
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O PÁSCOA

Por Paccelli José Maracci Zahler

O Páscoa era uma figura folclórica no Colégio N.S. Auxiliadora. Não havia quem não o conhecesse ou que não havia sido colega dele.
Talvez por ser originário de uma família de comerciantes, o seu vocabulário baseava-se no jargão comercial.
Quando do início do ano letivo do 2º Científico, nós não encontrávamos o livro de Física nas livrarias, nem havia previsão de estoque.
Um dia, o Prof. Gesner, nosso professor de Física, tentou passar umas tarefas para casa e, imediatamente, a turma reclamou.
O professor quis saber por que e o Páscoa disse:
- Professor, não se encontra o livro na praça!
Imediatamente, uma vozinha lá no fundo rebateu:
- É claro, Páscoa, na praça não vais encontrar nenhum livro. Tens que ir em uma livraria!
Gargalhada geral, nem o professor conseguiu se conter.
Mais tarde, nas aulas do Prof. Guido, uma das tarefas era a apresentação de uma peça de teatro. Para isso, a turma foi divida em duas, cada uma responsável pela preparação,adaptação do roteiro, ensaio, figurino e apresentação da peça selecionada.
O Páscoa caiu no nosso grupo e nós, depois de algumas tentativas, decidimos pela peça "Pluft, o fantasminha", de Maria Clara Machado.
Uma das personagens era a Maribel, mas o Páscoa, por alguma razão ou bloqueio, só se referia a ela como Mirabel.
Ensaiamos, corrigimos a pronúncia, repetimos.Tudo pronto.
No dia da estréia, todos chamavam a personagem de Maribel, enquanto o personagem do Páscoa insistia em chamá-la de Mirabel.

(Agradecimentos à Soraya pela ajuda)

GRÊMIO ESTUDANTIL (GENSA)

Por Paccelli José Maracci Zahler

Em nosso tempo, havia o GENSA, Grêmio Estudantil do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, que era responsável por intermediar os anseios dos alunos com a direção do colégio.
Creio que, no período anterior à década de 1970, ele tenha sido mais forte.
Na nossa época, ele intermediava a obtenção das carteiras estudantis junto à União Gaúcha dos Estudantes Secundarios que, a partir de 1975, passou a chamar-se União Gaúcha dos Estudantes de 1º e 2º Graus, como exemplificado abaixo.

 

 

 

 
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O PROFESSOR DE DESENHO

 


Por Paccelli José Maracci Zahler


Boaventura Miele Rosa era o seu nome. Vestia-se com sobriedade, sempre de paletó, óculos pesados, e elegância.
Tinha uma caligrafia primorosa, tanto que, no início do ano letivo, quase todos os alunos pediam para que ele escrevesse a identificação do caderno de desenho; além de uma habilidade com o canivete, que, praticamente, esculpia a ponta do lápis ao invés de apontá-lo. Do mesmo modo, muitas vezes quebrávamos a ponta por gosto, só para pedir para ele para fazê-la daquele seu jeito; e ele gentilmente nos atendia com paciência. Apontava quatro ou cinco lápis durante a aula.
Era hábil com giz e material de desenho, diria até que era um experto em arte efêmera. Seus desenhos ficavam tão bonitos que o professor seguinte lamentava ter que apagá-los do quadro.
Procurava manter a seriedade em todas as aulas. Não me lembro de tê-lo visto sorrir, fazer pilhérias ou contar piadas em sala de aula.
Quando via alguém brincando ou fazendo gozações em sala de aula, olhava sério para o aluno e dizia:
- Homem que ri para mim, reticências para ele!
E a turma silenciava na hora e voltava aos afazeres.
Procurava incentivar-nos, não apenas na execução correta dos desenhos, na sua maioria técnicos, pois, segundo ele, iríamos precisar na faculdade, principalmente que iria fazer engenharia; incentivava-nos no estudo da História, da Geografia, da Astronomia.
Quando um cometa estava se aproximando da Terra, ele discorreu sobre o que é um cometa e nos ensinou a desenhar a sua órbita; ensinou-nos a desenhar o Brasão de Armas da República, o Brasão de Armas do Rio Grande do Sul.
Quando faleceu o Dr. Átila Taborda, ele comentou sobre sua biografia, sua obra e recomendou que lêssemos o livro escrito por ele porque tínhamos que valorizar as figuras eminentes da nossa cidade.
O que ele nos ensinou foi muito útil quando cursei a disciplina de Desenho Técnico na faculdade.
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PROF. BOAVENTURA (DESENHO)

Livro de Desenho Geométrico, baseado no qual o Prof. Boaventura preparava nossas aulas.

 
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Caligrafia do Prof. Boaventura

 


Caderno de Desenho

 


Aulas de Desenho

 
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Prova de Desenho

 
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